Dólar fecha a R$ 1,71; Bovespa retrocede 0,80%

Publicado em 21/09/2010 17:11

O mercado de moeda continua reafirmando a tendência de baixa das cotações, apesar das "ameaças" do governo para conter a derrocada dos preços. Hoje, nem os dois leilões para compra de dólares, feitos pelo BC, nem o deficit recorde nas transações com o exterior, impediu a nova queda.

Analistas ressaltam que a perspectiva de um forte ingresso de capital estrangeiro com a oferta pública de ações da Petrobras, bem como outras captações privadas, contribuem para derrubar as cotações. Não por coincidência, em 14 dias úteis deste mês, a taxa de câmbio ficou menor em 11 deles.

Segundo o Banco Central, a entrada de dólares no país alcançou US$ 11,1 bilhões até a última sexta-feira. Trata-se do maior fluxo mensal desde outubro de 2009.

Hoje, o dólar bateu voltou a oscilar em torno de R$ 1,73, ainda pela manhã. Nesse período, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o FSB (Fundo Soberano do Brasil) está "prontinho" para comprar dólares. Ainda por volta das 12h (hora de Brasília), o BC entrou no mercado comprando moeda, ao preço de R$ 1,7279 (taxa de corte).

À tarde, porém, os preços da moeda voltaram a ceder, até o "piso" de R$ 1,715. Nas últimas operações, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,718, em um declínio de 0,57% sobre a taxa de fechamento anterior.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,850 para venda e por R$ 1,670 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) perde 0,80%, aos 67.646 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,2 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York registra alta de 0,12%.

Em seu comentário diário sobre o mercado, o economista da NGO Corretora, Sidnei Nehme, apontou as limitações da estratégia oficial em usar o Fundo Soberano para deter a baixa das taxas de câmbio.

"Nem o BC e nem o FSB conseguirão comprar dólares no mercado de câmbio à vista se os bancos não desejarem fazê-lo, então não é válida a afirmação peremptória de que o FSB comprará sem limites", avalia. "Se observarmos, os bancos pouco estão considerando este barulho verbal que vem sendo praticado pelas autoridades", acrescenta, lembrando que as projeções de mercado, conforme pesquisa do próprio BC, reafirmam o viés de baixa das cotações.

Entre as principais notícias do dia, o governo brasileiro revelou que o deficit em transações do país com o exterior bateu a marca histórica de US$ 2,86 bilhões no mês passado, maior valor para meses de agosto da série iniciada em 1947. Entre outros fatores, o saldo negativo foi puxado pelo aumento expressivo dos gastos de turistas no exterior, que também tiveram o maior deficit desde o final da Segunda Guerra Mundial.

O Banco Central americano manteve a taxa básica de juros em 0,25% ao ano, conforme expectativas do mercado. A autoridade monetária desse país também reafirmou que vai manter os estímulos à economia.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas recuaram nos contratos mais negociados.

No contrato para novembro deste ano, a taxa prevista passou de 10,63% ao ano para 10,62%; no contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada foi mantida em 10,67%. E no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista recuou de 11,53% para 11,50%.

Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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