"Milho a gente dá para galinha", diz Lula sobre etanol produzido nos EUA

Publicado em 29/09/2010 09:12
Ele ressaltou que álcool dos EUA é três vezes mais caro que o brasileiro. Presidente participou da inauguração de oito usinas termelétricas, em SP.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira (27), durante a inauguração simultânea de oito termelétricas, em Barra Bonita (SP), as tarifas de importação cobradas pelos Estados Unidos sobre o etanol produzido no Brasil. Lula ressaltou que o ácool produzido nos EUA a partir do milho é três vezes mais caro que o produto brasileiro.

"Milho a gente dá pra galinha, para engordar, para comer depois. Nos Estados Unidos, eles produzem álcool de milho. Fazendo de milho eles encarecem a ração animal. O álcool americano custa três vezes o preço do nosso álcool", disse. O presidente afirmou que, para não competir com o etanol brasileiro, o governo norte-americano evita importar o produto.

"Agora que ficamos importante, eles têm uma tarifa para cobrar sobre o nosso álcool e impedir que ele chegue lá. Mas eles vão ter que abrir mão para importar o álcool nosso." Durante discurso, Lula defendeu a "humanização" do trabalho de corte de cana. Para ele, é preciso garantir transporte adequado, alimentação e água para os trabalhadores do ramo.

Sobre a substituição de profissionais por máquinas no corte da cana, ele afirmou que é necessário garantir a profissionalização para evitar o desemprego. "A entrada da máquina é porque é desumano para o ser humano trabalhar no corte de cana. Temos que assumir a responsabilidade de ensinar vocês a aprenderem uma profissão para ganhar mais do que ganham no corte de cana", disse,
Segundo ele, muitas mulheres optam por este tipo de trabalho para evitar fazer serviços domésticos. "Esse serviço é duro porque as mulheres trabalham em parte porque elas querem ajudar a família. Outra razão é que mesmo que a mulher tenha marido ela quer ajudar. Outra razão ainda é porque o trabalho doméstico é chato pra caramba."

De acordo com o presidente, "se o trabalho de empregado doméstico fosse bom, quem fazia era a patroa ou o marido". "Ela trabalha para se livrar do trabalho doméstico que é todo dia a mesma coisa. Limpa cozinha, faz o jantar, cuida de menino, pega cervejinha para o marido. Porque o filho da mãe não levanta a bunda nem pra trocar o canal de televisão", disse.

Fonte: G1.com

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