Commodities em alta impulsionam safra do Oeste da Bahia

Publicado em 29/09/2010 15:14
A alta nos preços dos grãos e a perspectiva de clima favorável devem garantir uma boa safra no ciclo 2010/11 para a região Oeste da Bahia. Exceto o milho, cuja área sofreu redução em virtude de condições pouco atrativas de comercialização, que desanimaram o plantio, a expectativa é que a produção do cerrado baiano se equipare à alcançada na safra 2009/10, quando se atingiu a marca histórica de 5,79 milhões de toneladas. Para o próximo ciclo, a estimativa do 1º Levantamento de Intenção de Plantio do Oeste da Bahia – 2010/11, realizado pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), é de aumento de 1,09% da produção, chegando a 5,85 milhões de toneladas, e crescimento de área de 2,61%, devendo as lavouras ocupar 1,79 milhão de hectares.

O aquecimento nos preços no mercado do algodão responde pelo forte avanço em área que já se delineia para 2010/11. A expectativa é de um acréscimo de 22,9% em relação ao ciclo anterior, elevando para 301 mil hectares a ocupação do algodão no cerrado. Segundo o estudo, a produção deve atingir 1,21 milhão de toneladas de algodão em capulho, alta de 31,2%, com produtividade de 270 arrobas por hectare.

“Com margens expressivamente maiores, o algodão ficou mais interessante e o produtor aproveitou o bom momento para rever o balanceamento de suas matrizes produtivas, dando ênfase a esta commodity”, explica o presidente da Aiba, Walter Horita.

A soja, que bateu recorde de produção em 2009/10, deve manter as marcas. A expectativa é que a área plantada com a oleaginosa cresça 1%, passando para 1,06 milhão de hectares. A produção na safra 2010/11 deve atingir 3,18 milhões de toneladas (-1%), com produtividade estimada de 50 sacas de 60kg por hectare. “Tivemos uma safra histórica. Neste momento, trabalhamos com números conservadores. Estimamos uma redução sutil de produtividade de 1%, que não necessariamente vai se confirmar, aliás, pode até aumentar. Mas, mesmo que a produtividade diminua um pouco, isso se dilui no aumento da área na mesma proporção”, diz o assessor de agronegócio da Aiba, Alcides Viana.

O milho, após também registrar recordes históricos de produção e produtividade na safra 2009/10, deverá sofrer uma queda na área de 10%. A produção está prevista para 1,28 milhão de toneladas, com produtividade média de 140 sacas de 60 kg/ha. “A retomada nos preços do cereal e a importância do milho para a rotação de culturas evitaram que esta redução de área fosse ainda maior”, afirma Viana. O excesso de oferta de milho no mercado brasileiro fez o preço do grão despencar e foi agravado pelo desajuste nos mecanismos públicos de subvenção à comercialização da commodity para os produtores da região. No último mês, os preços iniciaram recuperação, em virtude, principalmente, da crise do trigo na Rússia, que abriu espaço para a valorização do milho, assim como da redução da área plantada em boa parte do Brasil.

A produção de café também vai manter os números da colheita 2009/10, segundo o Levantamento. A safra deve alcançar 34,7 mil toneladas (578 mil sacas), em uma área de 12,8 mil hectares, com produtividade de 45 sacas/ha. Já os produtores de arroz devem plantar uma área de 8 mil hectares, com produção estimada de 15,3 mil toneladas, mantendo os números do ciclo 2009/10. A produção de feijão também se manteve inalterada, com previsão de colheita de 40,5 mil toneladas e área de 15 mil hectares.   

Recorde- A safra 2009/10 terminou como a mais produtiva da história da região Oeste da Bahia. A produção de soja cresceu 28,2% em relação à safra anterior (2008/09) e superou pela primeira vez 3 milhões de toneladas, atingindo 3,21 milhões de toneladas. A aérea plantada com o grão cresceu 6,8%, totalizando 1,05 milhão de hectares, com produtividade também recorde de 51 sacas/ha.

O milho acumulou alta de 1,4% na produção em comparação com 2008/09, tendo sido colhidos 1,47 milhão de toneladas, registrando produtividade de 145 sacas/ha, e área de 170 mil hectares. O algodão em 2009/10, na região Oeste, teve queda na área plantada (-6,4%), ficando em 244 mil hectares. Porém, teve alta de 7,6% na produção, chegando a 929,4 mil toneladas. No Sudoeste da Bahia, a área de algodão aumentou 0,2% (13,6 mil hectares) e a produção caiu 8,9% (34,7 mil toneladas).

Também participaram da confecção do Levantamento a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro), Secretaria da Agricultura do  Estado da Bahia (Seagri), Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Conab, IBGE, CREA, Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, Aciagri e indústrias do setor.

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Fonte:
Agripress

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