Dólar fecha a R$ 1,70, a menor taxa de desde novembro; Bovespa cai 0,26%

Publicado em 29/09/2010 17:00

O Banco Central tem diversificado suas intervenções no mercado e hoje combinou um leilão (para compra de dólares) em horário "regular", por volta do meio-dia, com outro bastante "tardio", após as 16h, horário em que normalmente as operações já rareiam. No mesmo dia, a cotação da moeda americana recuou para o seu nível mais baixo desde 9 de novembro de 2009.

Nos últimos dias, integrantes do governo têm sinalizado desconforto com as atuais taxas de câmbio praticadas pelo mercado. A rodada de hoje não deve ter melhorado o humor das autoridades econômicas: entre os preços registrados hoje, a cotação máxima não chegou a alcançar R$ 1,71, um quadro não visto desde setembro de 2008.

E na ponta oposta, a cotação mínima ficou "perigosamente" perto de romper o piso informal de R$ 1,70, um nível de preços que o mercado tem respeitado em boa parte dos últimos dois anos.

Dessa forma, a taxa de câmbio encerrou o expediente na marca de R$ 1,705, em um decréscimo de 0,29% sobre o fechamento de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,820 para venda e por R$ 1,650 para compra.

Ainda aberta, a Bovespa opera instável, em leve baixa de 0,01%, aos 69.217 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,86 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perde 0,26%.

O Banco Central publicou hoje números que mostram bem o impasse do câmbio. Por um lado, o fluxo cambial (a diferença entre os dólares que entram e saem do país) bateu a marca histórica de US$ 14,5 bilhões em setembro (até sexta-feira), em boa parte por causa da oferta pública de ações da Petrobras.

Historicamente, o lançamento de ações brasileiras atrai uma forte participação de capital estrangeiro, e não foi diferente desta vez. Para fazer frente a essa "enxurrada de dólares", o Banco Central comprou mais de US$ 9 bilhões no mercado, um valor também histórico.

Profissionais de mercado temem que as autoridades governamentais lancem mão de outras medidas para conter a derrocada do dólar, como já foi sugerido até mesmo pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Muitos esperam alguma "novidade" após o período eleitoral.

Por outro lado, a proximidade do final de ano pode servir de incentivo para segurar os preços da moeda. "Nós sabemos que, daqui até o final do ano, começa a ter os acertos entre matrizes no exterior e as filiais, além de um fluxo de saída por conta de pagamentos de dividendos, ou de empréstimos. Sabemos também que perto do final de ano tem muito investidor lá fora que não gosta de ficar 'exposto' em ativos no exterior na virada do ano. Poder ser, então, que sem nenhuma 'mágica' do governo, esse dólar volte a R$ 1,75, naturalmente", pondera Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso.

Fonte: Folha Online

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