Dólar fecha a R$ 1,68, menor taxa em mais de 2 anos; Bovespa atinge 70 mil pontos

Publicado em 01/10/2010 17:01

A taxa de câmbio brasileira retrocedeu para o seu menor patamar desde a primeira quinzena de abril de 2008, indicando que o mercado continua a testar novos patamares para a cotação do dólar, após o rompimento do piso informal de R$ 1,70 na jornada de ontem.

Apesar de semanas de "artilharia verbal" contra a desvalorização do câmbio, o governo ainda restringiu suas intervenções nesse mercado aos habituais leilões de compra. Somente no mês passado, foram mais de US$ 9 bilhões em compras por esse meio, um valor histórico. Mesmo assim, a taxa desvalorizou 3,7% no período.

Uma parcela de analistas acredita que a equipe econômica pode anunciar novidades passado o período eleitoral. As principais autoridades do país, o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Henrique Meirelles, já sugeriram mudanças na forma de tributação do fluxo de capitais, além do uso mais intensivo dos recursos do Fundo Soberano.

Hoje, o BC manteve a rotina e entrou no mercado de câmbio por duas vezes: às 11h18 (hora de Brasília), quando comprou dólares por R$ 1,6800, e às 14h48, quando aceitou ofertas por R$ 1,6829. Nessas operações, o BC não informa imediatamente o total adquirido.

As cotações da moeda americana oscilaram entre R$ 1,675 e R$ 1,688, encerrando o expediente em R$ 1,681, a menor taxa de fechamento em mais de dois anos. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,790 para venda e por R$ 1,620 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 1,08%, aos 70.177 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,80 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 0,41%.

Entre as principais notícias do dia, o governo revelou que a balança comercial teve um superavit de US$ 1,093 bilhão em setembro, com saldo médio de US$ 52 milhões. Esse número representa uma queda de 53,1% na comparação com agosto e uma retração de 16,5% na comparação com igual mês do ano passado.

No front externo, estatísticas oficiais dos EUA mostraram crescimento acima do esperado tanto para o nível de renda quanto para o nível de gastos das famílias em agosto. Sondagem privada revelou ainda uma expansão do setor manufatureiro, já pelo 14º mês. Outra pesquisa do setor privado indicou uma piora na confiança dos consumidores nas condições atuais da economia.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas recuaram na maior parte dos contratos negociados.

No contrato para novembro deste ano, a taxa projetada cedeu de 10,64% ao ano para 10,63%. No contrato para janeiro de 2011, a taxa prevista caiu de 11,66% para 11,65%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa projetada passou de 11,51% para 11,44%.

Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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