Em reunião, Lula reanima Dilma: ‘Já passei por isso’

Publicado em 04/10/2010 08:42
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Dilma Rousseff soube que a eleição presidencial escorregara para o segundo turno no Palácio da Alvorada.

Além da candidata, estavam na residência oficial de Lula o anfitrião e outras 12 pessoas.

Um dos presentes contou ao repórter que Dilma parecia desanimada. Lula cuidou de reanimá-la.

Disse que a hora não é de abatimento, mas de renovar o ânimo, mobilizar a tropa e manter no segundo turno o mesmo ritmo do primeiro.

 “Já passei por isso”, disse Lula. Nas duas eleições que venceu (2002 e 2006), o triunfo só veio no segundo tempo.

Entre os que testemunharam a cena estavam o vice, Michel Temer (PMDB), e os operadores da campanha petista: Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo.

Lá estavam também o marqueteiro João Santana; o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho; o assessor internacional Marco Aurélio Garcia...

 ...O presidente do BC, Henrique Meirelles; e três ministros: Franklin Martins (Comunicação Social), Alexandre Padilha (Coordenação Política), e Guido Mantega (Fazeneda).

Deliberou-se que os aliados já eleitos –governadores e congressistas—serão acionados para mergulhar na campanha presidencial.

Nesta segunda (4), Dilma e seus coordenadores devem fazer uma primeira reunião para reordenar a campanha.

Na reunião do Alvorada, ficou entendido que Dilma terá de disputar com Serra os votos de Marina Silva.

De resto, Lula saboreou com os políticos e auxiliares que o rodearam na noite passada a derrota de expoentes da oposição.

Degustou em especial o infortúnio dos tucanos Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM) e dos ‘demos’ Marco Maciel e Heráclito Fortes (PI).

Espantou-se com o desempenho do tucano Aloysio Nunes Ferreira, eleito senador por São Paulo com mais votos que Marta Suplicy.

 A despeito de Aloysio, o Senado de 2011, no dier de Lula, “será outro”.

Do Alvorada, Dilma foi ao encontro dos repórteres. Esforçou-se para aparentar tranquilidade. Mas a atmosfera era de velório.

Ao lado de Temer, que nada disse, a pupila de Lula cumprimentou os rivais José Serra e Plínio de Arruda Sampaio.

Dedicou um afago especial a Marina Silva, elogiando-lhe o desempenho. Acenou com o detalhamento do programa de governo e apostou na militância petista, que é boa "de chegada".

Não se submeteu a perguntas. Prometeu uma entrevista para esta segunda (4).

Lula impõe derrota aos algozes e remodela o Senado

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Tasso e Virgílio, dois dos 'pesos pesados' da oposição que a 'onda Lula' engolfou

A infantaria acionada por Lula contra os "algozes" de seu governo surtiu efeitos devastadores no Senado.

Foram à bandeja os escalpos de vários pesos pesados da oposição. Entre os senadores que tiveram a cabeça apartada do pescoço estão:

Arthur Virgilio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marco Maciel (DEM-PE), Efraim Morais (DEM-PB), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PSC-PI).

Do grupo de desafetos que Lula jurara de morte eleitoral, salvou-se apenas José Agripino Maia (RN), reeleito no Rio Grande do Norte.

Na hipótese de prevalecer sobre José Serra no segundo turno da eleição presidencial, Dilma Rousseff terá no “novo” Senado uma maioria larga.

Sob Lula, o governo arrostou dificuldades para aprovar até leis ordinárias. Emendas constitucionais, que exigem 49 votos, só saíam a fórceps.

Há no Senado, 81 cadeiras. Na nova composição, a maioria governista passa dos 50 votos.

Só o PMDB e o PT, sócios majoritários do consórcio que gravita ao redor do comitê de Dilma, somam 35 votos.

Levando-se ao balaio os senadores de legendas menores –PP, PR, PSB, PDT, PRB e PCdoB— chega-se a 53 votos. Adicionando-se o PTB, atinge-se 58.

Expurgando-se três dissidentes do PMDB –os já conhecidos Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) e o eleito Luiz Henrique (SC)-, fica-se com 55.

É um quorum de sonho. Se dispusesse de semelhante maioria em 2007, Lula talvez tivesse impedido o enterro da CPMF.

A presidência do Senado de 2011 continuará nas mãos do PMDB, cuja bancada foi tonificada. Tinha 18 senadores. Agora dispõe de 20.

O PT saltou da quarta para a segunda posição. Sua bancada foi de oito para 15 senadores. Só não chegou a 16 porque Aécio Neves não permitiu.

Além de eleger-se senador por Minas, o tucano Aécio carregou consigo Itamar Franco (PPS). Com isso, deixou pelo caminho Fernando Pimentel (PT).

Entre as novas estrelas do PT no Senado estão: Marta Suplicy (SP), Jorge Viana (AC), Lindberg Farias (RJ), Gleisi Hoffman (PR)...

...Wellington Dias (PI), Walter Pinheiro (BA) e José Pimentel (CE) –um dos responsáveis pela primeira derrota eleitoral da carreira de Tasso Jereissati.

De resto, reelegeram-se os petistas Paulo Paim (RS) e Fátima Cleide (RO), esta última uma estrela apagada.

Na composição atual, PSDB e DEM dividem a segunda colocação, cada um com 14 senadores. No “novo” Senado, a oposição vai definhar.

Os tucanos passarão a compor a terceira bancada –dez senadores. Entre eles Marconi Perillo, que disputa o governo de Goiás. Elegendo-se, ficam nove.

Seriam oito tucanos, não fosse uma surpresa produzida pelas urnas de São Paulo. Elegeu-se ali, à frente de Marta Suplicy, o grão-tucano Aloysio Nunes Ferreira.

O DEM foi, entre todas as legendas, a que mais definhou. De seus 14 senadores, restaram seis. A tribo ‘demo’ compõe agora a quarta bancada.

Um pedaço do infortúnio do DEM em Brasília se deve ao seu sucesso nos Estados. Dois titulares do DEM viraram governadores. Raimundo Colombo prevaleceu em Santa Catarina. Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte.

Ambos dispunham de mais quatro anos de mandato no Senado. A cadeira de Colombo será herdara por Casildo Maldaner (PMDB).

No assento de Rosalba será acomodado Garibaldi Alves (PMDB). Vem a ser o pai de Garibaldi Alves Filho (PMDB), reeleito neste domingo junto com Agripino Maia.

Para enfrentar no Senado um eventual governo Dilma, restaria a tucanos e ‘demos’ tentar uma aliança com outras legendas miúdas.

Porém, ainda que promovam acordos pontuais com PSOL, PMN e PPS, os dois maiores partidos da oposição reunirão em torno de si algo como duas dezenas de votos.

Lula tanto fez que proveu para Dilma o Senado que não teve. Se vencer, José Serra terá de atrair os partidos que hoje dão suporte ao governo petista.

Difícil não é. Partidos como o PMDB e assemelhados têm vocação para o governismo. Apoiam qualquer governo. Desde que recebam cargos e verbas.

Serra teria de se recompor com José Sarney. Velho desafeto do tucano, Sarney fez barba, cabelo e bigode neste domingo.

No governo do Maranhão, manteve-se a filha Roseana. Para o Senado, reelegeram-se os amigos Edison Lobão (MA) e Gilvan Borges (AP). E elegeu-se João Alberto (MA).

De quebra, renovou o mandato Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado de todas as horas. Com esse cacife, Sarney já cogita recandidatar-se à presidência do “novo” Senado.

PSDB mantém suas 2 principais ‘cidadelas’: SP e MG

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Nas pegadas do êxito de Antonio Anastasia, em Minas, Geraldo Alckmin confirmou o favoritismo e prevaleceu em primeiro turno no Estado de São Paulo.

Com isso, o PSDB reteve suas duas principais cidadelas. Caminha para uma hegemonia de 20 anos em São Paulo e de 12 anos em Minas.

Além de carregar Anastasia, Aécio Neves elegeu-se senador. Mais: arrastou consigo, para a segunda vaga no Senado, Itamar Franco (PPS).

Em São Paulo, uma surpresa. Elegeu-se senador o tucano Aloysio Nunes Ferreira. Na contramão do que previram as pesquisas, ele foi o primeiro colocado.

O eleitor paulista acomodou na segunda vaga a ex-favorita Marta Suplicy (PT). O pagodeiro Netinho (PCdoB) sambou.

De resto, o PSDB saboreia a vitória de Beto Richa, no Paraná, e a liderança de Simão Jatene, que foi ao segundo turno contra Ana Julia Carepa (PT), no Pará.

Confira abaixo a situação dos Estados. Na primeira lista, os governadores já eleitos. Na outra, as disputas que foram ao seguindo turno.

 - Governadores eleitos no primeiro turno:

1. São Paulo - Geraldo Alckmin (PSDB)
2. Espírito Santo - Renato Casagrande (PSB)
3. Paraná - Beto Richa (PSDB)
4. Rio Grande do Sul - Tarso Genro (PT)
5. Mato Grosso: Silval Barbosa (PMDB)
6. Mato Grosso do Sul - André Puccinelli (PMDB)
7. Minas Gerais - Antonio Anastasia (PSDB)
8. Pernambuco - Eduardo Campos (PSB)
9. Rio de Janeiro - Sérgio Cabral (PMDB)
10. Amazonas - Omar Aziz (PMN)
11. Sergipe - Deda (PT)
12. Bahia - Jaques Wagner (PT)
13. Santa Catarina - Raimundo Colombo (DEM)
14. Ceará - Cid Gomes (PSB)
15. Rio Grande do Norte - Rosalba Ciarlini (DEM)
16. Maranhão: Roseana Sarney (PMDB)
17. Tocantins: Siqueira Campos (PSDB)
18. Acre: Tião Viana (PT) [Aqui, a apuração do TSE contava 98,56% das urnas. Com 50,44% dos votos, Viana é considerado praticamente eleito. O adversário, Tião Bocalom, somava 49,25%).

 - Governos cuja definição foi adiada para o segundo turno:

1. Distrito Federal - Wesliam Roriz (PSC) X Agnelo Queiroz (PT)
2. Amapá – Lucas (PTB) X Camilo Capiberibe (PSB)
3. Goiás - Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB)
4. Paraíba - Ricardo Coutinho (PSB) e Zé Maranhão (PMDB)
5. Roraima - Neudo Campos (PP) e Anchieta (PSDB)
6. Rondônia: Confúcio Moura (PMDB) X João Cahulla (PPS)
7. Alagoas: Teotônio Vilela (PSDB) X Ronaldo Lessa (PSB)
8. Piaui: Wilson Martins (PSB) X Silvio Mendes (PMDB)
9. Pará: Simão Jatene (PSDB) X Ana Júlia Carepa (PT)

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Fonte:
Blog do Josias (Folha Online)

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