Mercado desafia governo a usar outras armas para conter valorização do real
Além do IOF, o mercado aguarda com curiosidade a possível atuação do Fundo Soberano do Brasil. Apesar da autorização formal do conselho gestor do fundo, há dúvidas se o regimento interno permite esse tipo de atuação. Também são desconhecidos detalhes operacionais de eventuais comunicados, volumes e horários das atuações.
Operadores de câmbio também cogitam a volta da atuação do BC por meio de derivativos como o "swap cambial reverso", instrumento que equivale à compra de dólar futuro e cria demanda pela moeda americana, elevando as cotações.
O instrumento costuma ser utilizado quando o BC nota uma "especulação" com as taxas futuras.
O BC chegou a sondar os bancos em agosto para medir a demanda pelo instrumento. Acabou desistindo por entender que não havia uma "bolha de expectativa" infundada no câmbio.
A moeda caía por conta da possível entrada de US$ 20 bilhões com a oferta de ações da Petrobras.
Na avaliação de Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, o problema no câmbio brasileiro se deve às apostas dos investidores no mercado futuro.
No entanto, ele acredita que, se o BC voltar a vender o "swap cambial reverso", só vai dar mais munição para os investidores apostarem ainda mais na desvalorização do dólar. "O governo não tem o que fazer."