Mantega afirma que o governo pode adotar medidas para conter o câmbio

Publicado em 15/10/2010 16:27
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o governo adotará novas medidas para conter a valorização do real frente ao dólar. Entre as medidas apontadas por Mantega estão a limitação de exposição a risco e também de alavancagem das empresas nas operações do mercado futuro. A afirmação foi feita em entrevista à GloboNews.

Mantega disse que o governo está "particularmente atento"para as operações do mercado futuro. "Não se preocupem, porque nós temos as armas", afirmou.

O ministro admitiu que o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as aplicações de investidores estrangeiros em renda fixa não surtiu o efeito esperado. "O governo está atento, tomaremos todas as medidas para impedir abusos no Brasil", afirmou.
Mantega disse que o objetivo do governo é impedir a volatilidade do câmbio. O ministro manifestou preocupação com o mercado futuro, porque, segundo ele, nessas operações os investidores podem fazer grande volume de operações com pouco dinheiro. Segundo ele, a alavancagem é alta e, "por isso assusta". A título de exemplo citou que com R$ 10 bilhões é possível fazer operações de até R$ 100 bilhões.

Questionado se uma política fiscal mais dura poderia auxiliar no controle da efetiva valorização do real frente ao dólar, Mantega disse que isso é um grande equívoco. "Não tem nada a ver A com B. Nós estamos com um dos resultados fiscais melhores do mundo. Hoje o Brasil vai ter um déficit nominal menor que o dos Estados Unidos, da Alemanha, da China e de vários países", argumentou Mantega, acrescentando: "Temos um resultado fiscal bom".

Para o ministro, a taxa de juros no Brasil se deve "exclusivamente à inflação e não ao gasto público". Mantega disse que o Brasil teve que aumentar o gasto público, na época da crise, para estimular a economia e a retomada do crescimento. "Se a inflação é baixa e está sob controle, significa que o gasto público não é excessivo. Ele está regulado. Não faz sentido dizer que temos que reduzir o gasto público para reduzir a taxa de juros", insistiu o ministro, na sua tese de que o gasto público no Brasil não é inflacionário.

Fonte: Redação NA

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