Dólar fecha a R$ 1,70; Bovespa sobe 1,35%
O mercado de câmbio doméstico manteve o patamar de R$ 1,70 já pelo quarto dia, um nível de preços perdido nas últimas três semanas. O debate cambial ainda domina as mesas de operações de corretoras e bancos.
O dólar comercial oscilou novamente na faixa de R$ 1,69 e R$ 1,71, finalmente atingindo R$ 1,706 nas últimas operações do dia. O valor representa um acréscimo de 0,29% sobre a cotação de ontem.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,820 para venda e por R$ 1,650 para compra.
Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) avança 1,35%, aos 70.519 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,98 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sofre perdas de 0,11%.
Como os números mais recentes do Banco Central mostraram, o aumento do IOF (imposto financeiro) incidente aplicações de estrangeiros não estancou o fluxo de recursos externos para o país. Pelo contrário, as entradas de dólares continuam fortes, enquanto o diferencial de juros externos e domésticos continua atrativo.
Mas profissionais do mercado ressaltam o consenso entre os agentes financeiros de que o governo deve anunciar novas medidas com o fim do calendário eleitoral no país.
"O mercado 'se tocou' que o governo está falando realmente sério: ele vai fazer de tudo para não deixar o preço do dólar cair tão baixo, porque isso é prejudicial para a própria economia do país. E ele [o governo] tem armas para isso, ele vai agir. O ministro [Guido Mantega] deu algumas declarações confusas, dizendo que poderia não fazer mais nada caso o dólar se acomodasse um pouco, mas não é a hora disso. O dólar não chegou a R$ 1,75 e acho que dificilmente chega nesse ponto", comenta Ideaki Iha, profissional da Fair Corretora.
È uma opinião corrente também entre analistas de que o governo dificilmente terá "bala na agulha" para reverter a tendência mundial de enfraquecimento da moeda americana. Hoje, o dólar teve um repique frente as demais unidades de referência mundial, após duas semanas de queda. O euro, que chegou a ser cotado a US$ 1,3969 ontem, era negociado por R$ 1,3855 nesta terça. No último dia 15, o dólar chegou ao seu ponto mais baixo desde janeiro frente à moeda europeia.
JUROS FUTUROS
No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas recuaram nos contratos mais negociados.
No contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada foi mantida em 10,65% ao ano; para janeiro de 2012, a taxa prevista cedeu de 11,38% para 11,35%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada caiu de 11,87% para 11,81%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.