Eleições de amanhã nos EUA geram incertezas na bolsa
Além do pleito legislativo, haverá votação também para 38 governadores de estado e território, além de votação para assembleias legislativas dos estados.
Os republicanos são considerados favoritos para a eleição na Câmara, onde, de acordo com as pesquisas, deverão roubar a maioria, hoje em poder dos democratas. No Senado, a previsão é de que o Partido Republicano não consiga a maioria, mas reduza a larga diferença que atualmente o separa dos democratas naquela Casa.
Na última sexta-feira, o presidente Barack Obama disse que a economia dos Estados Unidos cresceu por seis meses seguidos depois que se divulgou que o PIB do país cresceu 2% no terceiro trimestre, confirmando as previsões de analistas. No segundo trimestre, o PIB daquele país havia aumentado 1,7%.
De acordo com o comunicado, a alta do PIB de julho a setembro foi influenciada pelos gastos com consumo pessoal, investimentos em estoque privado, gastos do governo federal e exportações.
O crescimento do PIB no terceiro trimestre teve como uma de suas causas o aumento do consumo das famílias. Outro fator que influenciou a alta foi a queda acentuada das importações, segundo o Departamento do Comércio.
Em sua fala, Obama disse que o país está vencendo "a pior recessão em 80 anos" e que sua missão é "acelerar a recuperação e encorajar o crescimento mais rápido".
Como o presidente dos EUA fez essas declarações às vésperas das eleições legislativas, em que a economia é o principal tema, surgiram críticas de que ele estaria se aproveitando para fazer campanha. Obama, no entanto, negou que tivesse essa intenção: "É temporada da política, mas essa temporada vai acabar logo", afirmou. "O que estamos fazendo hoje tem o apoio tanto dos democratas quanto dos republicanos. Não é um tiro no escuro, é uma proposta que funciona."
Unidade
O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu unidade aos republicanos, que segundo pesquisas de opinião obteriam a maioria da Câmara de Representantes nas eleições legislativas de amanhã, para restaurar a economia, em discurso na última sexta-feira.
Ao falar em uma fábrica em Beltsville, Maryland (leste), Obama disse ser consciente de que agora é "a alta temporada política", mas acrescentou que esta "logo acabará e, quando isto ocorrer, todos teremos a responsabilidade de trabalhar juntos todas as vezes que pudermos para promover o trabalho e o crescimento".
A Casa Branca antecipa meses de disputa com os republicanos no Capitólio por cortes de impostos, programas de criação de empregos e o déficit, se a maioria que o Partido Democrata (situação) ostenta se perder depois das eleições.
Wall Street
As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam praticamente estáveis na última sexta-feira, encerrando outro mês de fortes ganhos, amparados por expectativas de que o Federal Reserve vai irrigar a economia com mais dinheiro nesta semana.
O índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, teve oscilação positiva de 0,04%, para 11.118 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq fechou estável, a 2.507 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve oscilação negativa de 0,04%, a 1.183 pontos. No acumulado do mês, o Dow subiu 3%, o S&P 500 avançou 3,7%, e o Nasdaq saltou 5,9%.
Na semana, o Dow recuou 0,1%, o S&P 500 teve oscilação positiva de 0,02%. O Nasdaq subiu 1,1%.
Os índices pouco oscilaram na última semana, em que investidores se anteciparam ao anúncio do Fed na próxima quarta-feira. A atividade nas últimas várias semanas tem sido fortemente influenciada por esperanças de uma grande rodada de compra de ativos. Os balanços corporativos deram suporte a dados macroeconômicos.
As ações da Microsoft subiram 1,5% um dia depois de a empresa divulgar um lucro que superou as estimativas de vendas maiores de seus softwares.
Do lado negativo, Chevron e Merck, ambas componentes do Dow Jones, recuaram depois de reportar seu resultado. Chevron caiu 2,2%. Merck cedeu 1,8%.
O índice de volatilidade VIX saltou 13% na última semana, ainda que as ações tenham subido marginalmente.
As eleições legislativas também têm concentrado as atenções de investidores, por pesquisas indicarem uma maior participação republicana na Câmara dos Representantes.