IBGE: feijão dobra de preço no ano e inflação oficial acelera

Publicado em 09/11/2010 09:59
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,75% em outubro, a maior variação desde fevereiro, após subir 0,45% no mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira. Um dos itens que mais pesou no índice utilizado pelo governo nas metas de inflação foi o feijão carioca, que ficou 31,42% mais caro em outubro e acumula alta de 109,78% no ano.

Com o resultado, o IPCA registra alta de 4,38% no ano, acima dos 3,5% em mesmo período de 2009. Considerando os últimos 12 meses, a inflação passou para 5,2%, acima do acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (4,7%). Em outubro de 2009, o índice havia sido de 0,28%. O governo tem como meta inflação de 4,5%, com dois pontos percentuais de margem para cima ou para baixo.

Entre os grupos de produtos analisados, Alimentação e Bebidas teve a maior alta, passando de 1,08% em setembro para 1,89% em outubro. O grupo respondeu por 57% do índice e apresentou a maior taxa desde junho de 2008, quando atingiu 2,11%. O preço das carnesteve aumento de 3,48% e representou a maior contribuição individual do mês, com 0,08 ponto percentual do índice. Por outro lado cebola (-6,46%) e o arroz (-1,14%) ficaram mais baratos.

Produtos que usam trigo e soja como matéria prima, como óleo de soja, maçarão, pão francês também têm alta, sofrendo os efeitos da elevação das comodities no mercado mundial. Os alimentos já subiram quase três vezes mais que no mesmo período de 2009. "O perfil do IPCA em 2010 é acompanhar o comportamento dos alimentos. É uma característica marcante desse ano... A seca está afetando a produção no mundo e eleva as comodities", disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

Outro produto que pressionou o IPCA em outubro foi o álcool combustível. "Os combustíveis subiram 1,56% e ficaram na segunda posição na ordem das contribuições, com 0,07 ponto percentual. O litro do etanol passou a custar 7,41% a mais do que no mês anterior, pressionando o preço da gasolina, que aumentou 1,13%. A alta do etanol chegou a 15,17% no município de Goiânia, seguido pela região metropolitana de São Paulo, com 9,49%, e de Curitiba, com 8,39%", afirma o IBGE em nota.

Outros grupos com aceleração foram Despesas pessoais, com avanço de 0,64% agora, contra 0,34% antes, em razão da elevação dos salários dos empregados domésticos, Habitação em 0,48% em outubro, ante 0,40% em setembro, por aumentos de aluguel, condomínio e tarifa de água e esgoto. Os preços de Vestuário avançaram 0,89% agora, após alta anterior de 0,45%, refletindo maiores custos de sapatos.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além de Goiânia e Brasília.

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Fonte:
Terra

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