Dólar encosta em R$ 1,72 no fechamento; Bovespa perde 0,64%

Publicado em 11/11/2010 16:23

A expectativa pelos resultados da reunião do G20 (grupo dos países mais ricos) continua a guiar os negócios no mercado de câmbio doméstico. Hoje, as taxas iniciaram o expediente pressionadas e permaneceram assim até o encerramento dos negócios.

 

"O mercado tem andado um pouco 'de lado' [sem tendência firme] e por esses dias, e acredito que hoje muita gente aproveitou para puxar as cotações. A inflação da China veio um pouco acima do esperado, mas não muito. O que nós percebemos por aqui é que o mercado ainda continua muito atento às discussões no G20", comenta Johny Kneese, diretor da corretora de câmbio Levycam.

O dólar comercial alternou entre os preços máximo de R$ 1,724 e mínimo de R$ 1,708, encerrando os negócios a R$ 1,719, o que representa um avanço de 0,46% sobre o fechamento de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,820 para venda e por R$ 1,670.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cai 0,64%, aos 71.179 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,56 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York recua 0,68%.

Entre as principais notícias do dia, o governo chinês informou que os preços ao consumidor tiveram alta de 4,4% em outubro (taxa anualizada), ante 3,6% em setembro. Trata-se da maior taxa de inflação em 25 meses e supera as metas oficiais, que previam uma inflação abaixo dos 3%. No início da semana, o governo já determinou o aumento dos recolhimentos compulsórios dos depósitos bancários. Tanto a produção industrial quanto as vendas do varejo expandiram a taxas superiores a 10%

Na visão de economistas do setor financeiro, esses indicadores do gigante asiático reforçam as expectativas de que Pequim deve lançar mão de novos expedientes para conter o crescimento da economia. Nesta semana, as autoridades econômicas desse país já elevaram o nível dos recolhimentos compulsórios dos depósitos bancários, de modo a reduzir o dinheiro em circulação.

A chamada "guerra cambial" é o grande tema da reunião do G20, principalmente a controversa decisão dos EUA em injetar US$ 600 bilhões na economia, considerada por muitos países como uma estratégia disfarçada para a desvalorizar a moeda americana e estimular as exportações do país.

"As declarações [de autoridades dos países do G20] podem trazer algum sinal positivo de que os Estados Unidos e China buscarão um maior equilíbrio, o que, se for confirmado, pode fazer com que o dólar se recupere um pouco ante as principais moedas. O Brasil aguarda o resultado da reunião e poderá reforçar as restrições ao fluxo para defender o Real, se o encontro fracassar", avaliou Miriam Tavares, diretora da AGK corretora, em seu relatório diário sobre o mercado de câmbio, logo pela manhã.

Outra notícia importante, e que gerou tensão em nível mundial, foram preocupações com as dívidas dos países europeus com as dívidas mais fragilizadas, a exemplo de Portugal e Grécia. Os juros embutidos nos títulos públicos desses países alcançaram níveis recordes hoje na praça financeira. É a indicação de que os investidores estão menos confiantes nas economias dessas nações e exigem uma taxa de retorno ainda mais alta para tomar esses ativos.

O euro perdeu valor perante o dólar e a taxa entre as duas moedas recuou para US$ 1,364, a menor cotação desde o início de outubro.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas subiram com força na jornada de hoje.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que as projeções atuais da instituição para a inflação não permitem uma redução "substancial" da taxa básica de juros.

No contrato para julho de 2011, a taxa projetada avançou de 10,97% ao ano para 11,05%; para janeiro de 2012, a taxa prevista passou de 11,53% para 11,57%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada ascendeu de 11,91% para 11,96%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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