Para conter inflação, China pode limitar preços dos alimentos

Publicado em 16/11/2010 12:34 e atualizado em 16/11/2010 18:03
A China pode impor limite aos preços dos alimentos e endurecer a punição aos fundos de especulação sobre os futuros de itens agrícolas incluindo o milho e o algodão como medida para combater a inflação crescente.

O governo pode ainda acabar com o acúmulode produtos, oferecendo subsídios para alimentos e deixando os prefeitos de cada cidade responsáveis por assegurar o abastecimento local bem como pelo controle dos preços. Em maio, as autoridades disseram que aquele que acumular produtos será multado em até cinco vezes o valor dos bens mantidos.

Hoje, os preços do milho na China avançaram e alcançaram um recorde diante de estoques apertados no país atuando como suporte para as cotações. O arroz também alcançou valores históricos.

A China já vendeu açúcar, algodão, alumínio e zinco de suas reservas também como forma de tentar conter a inflação, que registrou nom mês passado seu ritmo mais rápido em dois anos.

"Os preços dos alimentos e do algodão chegaram a um nível que fez o governo decidir por punir a especulação e ter a certeza de que a inflação não vai subir ainda mais", disse Dong Shuhi, gerente da Beida Founder Commodities Co.

Os preços ao consumidor na China (CPI) subiram 4,4% em outubro, o maior nível em dois anos. Esse expressivo avanço do índice teve influência da alta de 10,1% nos preços dos alimentos. Produtos como o gengibre e o alho subiram mais de 60% em novembro.

A meta do governo para o CPI , no entanto, é de 3% para o ano inteiro. Na semana passada, o Banco Central da China aumentou seus requisitos de reservas bancárias, no mês passado aumentou suas taxas de juros pela primeira vez em três anos para conter a inflação.

"A oferta de mercado e os preços ao consumidor estão ligados aos interesses das pessoas e merecem atenção especial", afirmou o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao.

Refletindo essa especulação de que a China pode colocar em prática medidas anuciadas para controlar as altas dos preços dos alimentos, os preços da soja afundam em Chicago registrando perdas de mais de 60 pontos na sessão desta terça-feira.

Paralelamente, a alta do dólar também pressiona as cotações já que torna a oleaginosa norte-americana menos atrativa para os importadores e investidores. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda privada de mais 119 mil toneladas de soja.

Com informações da Bloomberg e do jornal China Securities

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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