Dólar fecha a R$ 1,74, maior taxa em dois meses e meio; Bovespa cede 1,94%

Publicado em 16/11/2010 15:50

A taxa de câmbio doméstica galgou o seu maior patamar desde o início de setembro. O nervosismo do mercado em relação à crise europeia foi o principal combustível da forte alta desta terça-feira, no reinício das operações após o feriado.  

O dólar comercial oscilou entre a cotação mínima de R$ 1,723 e a máxima de R$ 1,742, para encerrar o expediente na marca de R$ 1,740, o que representa um acréscimo de 0,92% no dia e de 2,2% no mês.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,840 para venda e por R$ 1,680 para compra.

A reunião do G20, embora tenha estabelecido um compromisso para restringir medidas dentro da "guerra cambial", não resultou em medidas concretas para combater os desequilíbrios externos. Nesse sentido, analistas afirmam que permanecem os temores de que países tomem iniciativas unilaterais para conter a desvalorização cambial em seus respectivos mercados.

O ministro Guido Mantega (Fazenda), de volta ao país após o encontro de cúpula, afirmou que a valorização recente do dólar já é um sinal de que os procedimentos adotados até o momento (como o aumento de impostos para investimentos estrangeiros) já estão fazendo efeito.

Dentro desse contexto, os problemas financeiros de vários países europeus, como Grécia e Portugal, tornam-se mais um ingrediente de nervosismo para os agentes financeiros.

Ontem, a agência europeia de estatísticas, a Eurostat, reportou que o deficit público da Grécia já superou a casa dos 15% do PIB (Produto Interno Bruto), acima das projeções da União Europeia. Em Portugal, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, admitiu que há um "risco elevado" de seu país ter que recorrer a ajuda externa para resolver suas dificuldades econômicas. E na Irlanda, país que reiterou por diversas vezes que não deve pedir auxílio ao FMI, a oposição afirmou que há um intervenção da União Europeia "em curso".

No front doméstico, o boletim Focus (elaborado pelo Banco Central) mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro elevou suas projeções para a inflação deste ano --a variação projetada do IPCA passou de de 5,31% para 5,48%. a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) continua em 7,60% neste ano e em 4,50% em 2011.

E mais uma vez, o BC limitou sua intervenção no mercado de câmbio a somente um leilão de compra, realizado perto das 16h (hora de Brasília), quando aceitou ofertas por R$ 1,740. Nessas operações, a autoridade monetária não informa imediatamente o montante de moeda adquirido.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas subiram nos contratos mais negociados.

No contrato para julho de 2011, a taxa projetada avançou de 11,03% ao ano para 11,07%; para janeiro de 2012, a taxa prevista passou de 11,53% para 11,61%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada aumentou de 11,94% para 12,11%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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