Dólar cede para R$ 1,72 na sequência de quatro rodadas de alta; Bovespa sobe 0,75%

Publicado em 17/11/2010 16:39

A cotação da moeda americana cedeu na sequência de quatro rodadas consecutivos de valorização dos preços. Neste mês, a taxa de câmbio doméstica subiu em sete dos 11 dias úteis já registrados.

 

O cenário externo permanece tenso. A Irlanda, atual foco das preocupações do setor financeiro, deve se reunir com uma delegação da Comissão Europeia (um braço da UE), embora o país permaneça relutante em aceitar socorro financeiro do bloco econômico.

Essa nação europeia é dos países do velho continente às voltas com problemas nas finanças nacionais, sob suspeição nos mercados, e cujos problemas, teme a UE, pode ter um efeito de "contágio" sobre as demais nações fragilizadas, como Grécia e Portugal.

Nesse contexto, o dólar comercial oscilou entre a cotação máxima de R$ 1,742 e a mínima de R$ 1,724, para finalizar o expediente de hoje em R$ 1,726, uma queda de 0,80%. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,830 para venda e por R$ 1,670 para compra.

Mais uma vez, o Banco Central restringiu sua intervenção no mercado de moeda a apenas um leilão de compra, realizado perto das 16h (hora de Brasília), em que aceitou ofertas por R$ 1,7248 (taxa de corte).

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 0,75%, aos 69.714 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,88 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, tem leve alta de 0,02%.

O BC revelou hoje a dimensão de suas atuações diárias no câmbio. As compras somaram US$ 1,464 bilhão neste mês, até o dia 12. As estatísticas também mostram que a autoridade monetária reduziu o ritmo dos leilões entre a primeira e a segunda semana do mês --até o dia 5, as compras somaram US$ 1,106 bilhão; entre os dias 8 e 12, essas intervenções foram de US$ 358 milhões.

Neste mês, a diferença entre as saídas e entradas de dólares foi um saldo negativo de US$ 14 milhões, com forte entrada de recursos principalmente na segunda semana.

Os agentes financeiros e demais participantes do mercado ainda discutem a probabilidade do governo brasileiro lançar mão de novas medidas para conter a desvalorização cambial.

"O novo governo brasileiro, que assume a Presidência em janeiro, deve manter a linha de atuação da atual equipe econômica, com intervenções do BC para enxugar o excesso de dólares na economia e, eventualmente, com elevação das alíquotas do imposto sobre capital estrangeiro. A extensão da tributação sobre investimentos em Bolsa não está descartada, embora uma medida dessa natureza possa ser um tiro no pé num contexto em que o Brasil é cada vez mais dependente de capital externo para bancar os seus projetos de investimento", avalia o analista Flávio Combat, da corretora Concórdia, em relatório divulgado hoje sobre o câmbio.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas cederam nos contratos mais negociados.

A Fipe reportou uma inflação de 0,87% na segunda quadrissemana de novembro, pela leitura do IPC (que abrange o município de São Paulo). Na primeira quadrissemana, a variação foi de 0,97%. O IGP-10, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, apontou uma inflação de 1,16% neste mês, ante 1,15% no mês anterior.

O índice elaborado pelo BC sobre a expansão da economia apontou para um crescimento de 0,69% em setembro, a maior taxa registrada desde março.

No contrato para julho de 2011, a taxa projetada caiu de 11,07% ao ano para 11,06%; para janeiro de 2012, a taxa prevista foi mantida em 11,58%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada contraiu de 12,09% para 12,08%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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