Crise irlandesa põe futuro do euro em jogo, diz ministro alemão

Publicado em 23/11/2010 15:30
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse nesta terça-feira que o euro está em jogo, na solução da crise orçamentária da Irlanda, que acaba de pedir um resgate financeiro internacional.

"É o futuro da nossa moeda única que está em jogo", disse Schauble aos deputados alemães.

Um pouco mais tarde, durante congresso econômico, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a zona do euro estava "em uma situação extremamente séria".

Schauble afirmou que a Alemanha devia assumir suas responsabilidades diante da crise irlandesa pois, caso contrário, "as consequências econômicas e sociais seriam incalculáveis" para o seu país.

Os bancos alemães têm nas mãos títulos do Tesouro irlandês no valor de 100 bilhões de euros (US$ 135 bilhões) e seriam afetados em cheio se Dublin não puder honrar suas dívidas.

IRLANDA

Os países integrantes da zona do euro concordaram ontem em conceder ajuda financeira à Irlanda, que enfrenta severos problemas em suas contas públicas.

Após semanas de relutância o país finalmente apresentou um pedido formal aos organismos internacionais. A previsão é que o pacote fique entre 80 e 90 bilhões de euros, abaixo do inicialmente estimado por especialistas de mercado.

O ministro das Finanças irlandês, Brian Lenihan, afirmou que seu país necessita de menos de 100 bilhões de euros para dar suporte ao seu sistema bancário, às voltas com perdas de depósitos e com dificuldades para captar recursos no mercado financeiro mundial.

A Irlanda ainda deve se comprometer com um programa severo de ajuste das contas públicas para ter direito aos recursos do plano de socorro financeiro. Fontes indicam que o plano irlandês, ainda em preparação, deve trazer o deficit público da taxa recorde de 32% do PIB (Produto Interno Bruto) para 3% num prazo de quatro anos.

A crise de 2008 derrubou os bancos irlandeses, levando à nacionalização do Anglo Irish Bank, e forçando o governo a socorrer o sistema bancário local com quantias estimadas entre 45 bilhões e 50 bilhões de euros (entre US$ 62 e quase US$ 70 bilhões) na ocasião.

Dois anos depois, no entanto, as dificuldades permaneciam, enquanto o governo arcava com problemas nas contas públicas, o que levou o mercado internacional a aumentar o nível de desconfiança sobre as finanças do país.

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Fonte:
France Presse

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