China estende alta do compulsório para grandes bancos

Publicado em 13/12/2010 07:03
O banco central da China disse a seis dos maiores concessores de empréstimos do país que um aumento especial na taxa do depósito compulsório será estendido, em mais uma medida para controlar a inflação.

Três fontes da indústria disseram à Reuters que o aumento iria expirar na semana que vem e foi estendido por mais três meses. O movimento segue uma elevação oficial no compulsório para todos os bancos, anunciado na sexta-feira.

Ao segurar esse dinheiro que os bancos poderiam usar para conceder empréstimos, o BC absorve parte da liquidez que ajudou a elevar a inflação ao pico em 28 meses de 5,1% em novembro.

INFLAÇÃO

A China declarou ainda que irá implementar uma política fiscal "ativa" e uma política monetária "prudente" no próximo ano. Semana passada, a política tinha sido definida como "apropriadamente flexível" pelo governo do Partido Comunista.

A política fiscal será utilizada para manter crescimento estável e melhorar a estrutura da economia, segundo documento. "A prioridade é lidar com as relações entre manter um crescimento econômico estável e relativamente rápido, a reestruturação econômico e lidar com as expectativas da inflação", afirma o texto. "A reestruturação econômica estratégica será acelerada e estabilizar o nível dos preços terá uma posição mais proeminente".

Neste sábado, a China anunciou uma inflação de mais de 5%, a mais alta desde o estouro da crise financeira de 2008. A alta mostrou sinais de que não se restringe aos preços de alimentos, aumentando a pressão para que o governo adote políticas mais rigorosas.

O índice dos preços ao consumo, principal indicador da inflação, aumentou em novembro 5,1% ao ano, ante 4,4% em outubro, segundo o BNS (Escritório Nacional de Estatísticas). Para os 11 primeiros meses do ano, o aumento em relação ao mesmo período de 2009 é de 3,2%, acima da meta de 3% concedida pelo governo.

A inflação é um dos principais motivos de descontentamento social entre a população, por isso o governo chinês ordenou controles temporários de preços, aumento da produção agrícola e criadora de gado e limitação dos custos energéticos.

A mudança de estratégia, aliada à apreensão com a inflação, deve levar a aumentos mais agressivos das taxas de juros e maiores restrições a empréstimos, dizem analistas.

Pequim está tentando promover o consumo doméstico a fim de reduzir a dependência das exportações.

A liderança que assinou a nota prometeu estabelecer um teto para a liquidez no sistema bancário, alimentado por fluxos de capital crescentes, e direcionar mais empréstimos para a economia real, de acordo com a mídia oficial.

Outros índices econômicos em pauta no sábado devem ter dado ao governo chinês a confiança para intensificar os controles, uma vez que os sinais indicam um impulso de crescimento impressionante na segunda maior economia do mundo.

Na sexta-feira (10), o banco central aumentou os depósitos compulsórios dos bancos terceira vez em um mês para aparar os excessos de capital na economia. A alta da inflação sugeriu que uma ação mais resoluta era necessária.

"As atuais medidas de controles macros são um pouco relaxadas. A chave é observar como serão implementadas no começo do ano que vem", disse Dong Xian'an, economista-chefe da Industrial Securities, em Pequim.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa avança com blue chips em começo de semana com bateria de balanços
Wall Street abre em alta com expectativas de cortes na taxa de juros
Dólar tem alta frente ao real após queda recente em meio a expectativa por Copom
Ibovespa hesita na abertura de semana com decisão do BC e bateria de balanços no Brasil
Confiança dos investidores da zona do euro aumenta em maio pelo 7º mês consecutivo