Dólar registra estabilidade, depois de susto inicial com medida do BC
“Os investidores fizeram as contas e viram que a mudança não é tão ruim. Na verdade, os bancos têm 90 dias para se enquadrar à nova regra. Além disso, o limite de US$ 3 bilhões para ficar vendido (no mercado à vista) é alto. Hoje os grandes bancos não têm tudo isso de posição vendida. Mesmo que o BC diminua essa cifra para US$ 2 bilhões, a medida ainda afetará pouco”, explica o gerente de câmbio da Fair Corretora, José Roberto Carreira.
Pela nova regra, as instituições financeiras terão de recolher, sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida (que ganha com a alta do real) que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência (PR). A medida vale a partir de 4 de abril. Os bancos encerraram 2010 com posição vendida no mercado à vista de US$ 16,8 bilhões.
Há pouco, o dólar operava estável, a R$ 1,686 na compra e a R$ 1,688 na venda.
No mercado futuro, os contratos de fevereiro negociados na BM&F também operavam praticamente estáveis, a R$ 1,695.
O dólar estava ganhando das principais moedas rivais, instantes atrás. O euro, por exemplo, tinha queda de 0,26% ante o dólar e já vale menos de US$ 1,30.
A crise das dívidas soberanas parece ter voltado ao foco dos investidores, nesta sexta-feira. A taxa de retorno dos bônus de 10 anos de Portugal alcançou 7,1%, recorde na era do euro. Os investidores temem que o governo português não seja capaz de cumprir com suas obrigações de dívida e precise de um resgate financeiro.
Na agenda de indicadores, os agentes aguardam os dados oficiais sobre o mercado de trabalho americano, que serão divulgados ainda pela manhã.
As previsões oscilam entra a criação de 145 mil a 225 mil postos em dezembro. Já a taxa de desemprego deve recuar de 9,8% para 9,7%.
Os investidores analisam ainda a notícia de que a economia da zona do euro teve crescimento de 0,3% no terceiro trimestre de 2010, em relação aos três meses anteriores, quando avançou 1%. Os dados são da agência de estatísticas Eurostat.Considerando o comparativo com o terceiro trimestre de 2009, o PIB da zona do euro cresceu 1,9%. Os resultados ficaram em linha com o consenso do mercado.