Índice de preços dos alimentos da FAO bate recorde de 20 anos
Este aumento representa a oitava alta mensal consecutiva e acontece diante da previsão da FAO de um processo de "rigidez" no equilíbrio entre oferta e procura de cereais para o período 2010-2011. A agência das Nações Unidas acredita que, devido ao crescimento da demanda e a queda na produção de cereais registrada em 2010, neste ano as reservas de cereais mundiais diminuirão "bruscamente".
"A inesperado alta do preço do petróleo poderia exacerbar uma situação muito precária nos mercados alimentícios. Isto acrescenta uma maior incerteza sobre o comportamento dos preços, quando está a ponto de começar a semeadura em algumas das principais regiões produtoras", disse na nota David Hallam, diretor da divisão da FAO para o Comércio e os Mercados.
O índice da FAO para os preços dos cereais subiu 3,7% em fevereiro (254 pontos), o nível mais alto desde julho de 2008, ano considerado como o da crise dos alimentos. Já o indicador de preços de produtos lácteos subiu em fevereiro 4% com relação ao mês anterior (230 pontos), embora tenha ficado muito abaixo do máximo alcançado em novembro de 2007.
Os preços dos produtos gordurosos e oleaginosos subiram 279 pontos, nível um pouco abaixo do recorde de junho de 2008, enquanto o índice da carne subiu 2% em fevereiro com relação a janeiro de 2011. O índice de preços da FAO sobre o açúcar, no entanto, se contraiu um pouco em fevereiro de 2011, se comparado a janeiro passado, embora continue sendo 16% superior ao do mesmo mês de 2010.
O aumento nas previsões da Argentina, China e Etiópia para 2010 fez elevar as estimativas de produção de cereal deste ano para 8 milhões t, quantidade "ligeiramente" menor do que a produção de 2009.
As previsões para a demanda mundial de cereais no período 2010-2011, não só para a alimentação, mas também para os fins industriais, foram revisadas em alta desde dezembro passado e se situam nas 18 milhões de toneladas.
Flavio Schirmann Formigueiro - RS
Com a chamada Revolução Verde os preços dos alimentos cairam a valores nunca imaginados anteriormente. Agora que a produtividade alcançada atingiu o "topo", para a tecnologia disponível, os preços voltam a normalidade. Somente agora alguns países começam a pensar em Segurança Alimentar, coisa que sempre foi levado a sério pelos países da Europa, USA e Japão. Antes tarde do que nunca...