Secretário Geral da CNBB critica projeto de novo Código Florestal

Publicado em 10/03/2011 09:39 e atualizado em 10/03/2011 10:31
O secretário-geral da CNBB (Conferência  Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Dimas Lara Barbosa, lançou críticas ao novo  Código Florestal, que está em discussão no Congresso.

Dom Dimas disse nesta quarta-feira (9) que a CNBB se preocupa com alguns  pontos do texto em tramitação, entre eles a anistia para pessoas que cometeram  crimes ambientais e a redução dos limites ambientais. Ele acrescentou que o novo  código ambiental deveria
tratar com mais respeito as populações ribeirinhas,  povos indígenas e quilombolas.

“Estamos trabalhando para discutir formas alternativas ao relatório [do novo  código]. Nossa preocupação é que não seja votado de forma superficial,  apressada”, afirmou Dom Dimas.

O relator do novo código florestal em tramitação na Câmara, deputado Aldo  Rebelo (PCdoB-SP), admitiu que o texto pode ser aperfeiçoado. Mas ele defendeu  que a proposta atual protege os ribeirinhos e indígenas ao reduzir a área de  preservação ambiental na beira dos rios. Segundo o deputado, pela legislação atual, as populações ribeirinhas são consideradas ilegais.

O deputado defende ainda que a votação não seja adiada. O presidente da  Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), já prometeu colocar o tema em votação até o  fim desse mês.

“Nós não temos pressa. A pressa é dos 5 milhões de pequenos agricultores que  estão na ilegalidade [com a legislação em vigor]“, disse Rebelo.

Campanha da fraternidade – A CNBB lançou nesta quarta-feira  (9) a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é preservação ambiental,  contra o aquecimento global. A campanha terá o objetivo de promover o debate  sobre as razões das mudanças climáticas e
suas consequências, como as tragédias  ambientais.

Dom Dimas afirmou  que, na campanha, a CNBB pretende fazer críticas aos setores que contribuem com o aumento do efeito  estufa.

Foram citados o  agronegócio e a geração de energia suja, como petróleo, gás  natural e carvão. Com esse tema, a CNBB também criticará a exploração de  petróleo no pré-sal.

A Campanha da Fraternidade também deve ajudar abordar a educação ambiental  nas comunidades. Dom Dimas citou o exemplo de ensinar a população a não jogar  lixo nas ruas, fazer coleta seletiva de lixo e optar pelo uso de energias mais  limpas, como a solar.

“A campanha da fraternidade tem sido caracterizada pela sua capilaridade, o  que contribui para a penetração do assunto abordado e sua reflexão”, disse Dom  Dimas.

Uma das ações da campanha é a Coleta da  Solidariedade em comunidades, paróquias e dioceses. O dinheiro doado será destinado ao  Fundo Nacional da Solidariedade e ao Fundo Diocesano da
Solidariedade. Um parte  dos recursos será destinada a ajudar as vítimas das chuvas na região serrana do  Rio.

A Coleta da Solidariedade será feita em apenas um dia, marcado para 17 de  abril.
 
Por José Augusto Baldassari Filho:

Para  pensar: As doações feitas  tradicionalmente já a séculos pelo produtor rural  brasileiro são sempre procuradas e bem vindas,apesar de ser  um"dinheiro maldito",produzido pelo sempre
demonizado  agronegócio. Ficamos  por entender!.

Campanha da Fraternidade critica modelo de produção do agronegócio

O aquecimento global e as mudanças climáticas são o assunto da Campanha da Fraternidade 2011, lançada nesta quarta, dia 9. No texto-base, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expõe as principais conclusões da ciência sobre o tema e a participação humana no problema, faz críticas ao modelo energético que ainda privilegia fontes fósseis, ao desmatamento e ao agronegócio.

Para a CNBB, o agronegócio é um dos principais responsáveis pelo desmatamento.

– O agronegócio vem cada vez mais exercendo pressão para abertura de novas áreas produtivas, ocorrendo inclusive mais desmatamentos. Isso realmente nos preocupa também – afirma Luiz Carlos Diniz, secretário da Campanha Fraternidade.

A proposta de alteração do Código Florestal, em análise na Câmara dos Deputados, também foi criticada. Para a Conferência , o meio ambiente está em risco e, por isso, o assunto deve ser mais discutido antes de qualquer votação.

– Nós nos reunimos com técnicos do Ministério do Meio Ambiente e com representantes dos movimentos sociais para discutir formas alternativas em relação ao relatório. A nossa preocupação é que ele não seja votado de uma maneira superficial, muito apressada, porque as consequências podem ser bastante duradoras e graves – pontua o secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara.

Resposta
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), rebateu a campanha, e diz ‘estranhar’ a cultura de se reclamar quando não se vota ou se apressa uma votação.

– Nosso papel aqui é: primeiro trabalhar para que haja consenso para votar o maior número de matérias na Casa; segundo, fazer com que os principais temas de debate da sociedade venham para dentro do parlamento, sejam discutidos e entrem na pauta de votação da Câmara dos Deputados – disse.

Fonte: Jornal Floripa + Canal Rural

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