Ministro intervém e Embrapa vai retomar serviço de gestão territorial estratégica
Entre os clientes do núcleo de Gestão Territorial Estratégica (GTE) estão os Ministérios da Agricultura, do Planejamento, órgãos da Presidência da República e organizações da sociedade. O desmonte, denunciado pelo Estado, culminou com a destituição do então supervisor do GTE, Claudio Spadotto, e de sua equipe, na semana passada.
Rossi disse ao Estado ter determinado que nenhuma outra providência seja tomada nessa área sem que ele seja consultado antecipadamente.
"Avoquei a continuidade do assunto e determinei ao presidente da Embrapa (Pedro Arraes) para levantar e me apresentar todos os dados, inclusive as informações trazidas pelo Estadão." O ministro contou ter recebido muitas manifestações de usuários do núcleo preocupados com a descontinuidade dos serviços. "Posso garantir que não haverá descontinuidade, pois aqui no ministério consideramos de extrema importância esse trabalho. Como existe certa divergência de opinião entre membros e pesquisadores da área, dei um prazo muito curto para que o pessoal tome nova atitude de entendimento."
O ministro confirmou ter tem nas mãos a minuta de uma proposta para reinstalar a unidade como um núcleo desvinculado do CMS e com mais autonomia. O projeto está em estudo, mas Rossi pretende ainda dar oportunidade ao atual gestor para que providencie o retorno do GTE à situação anterior.
Intervenção. A intervenção do ministro agradou a diretora executiva da Associação Brasileira do agronegócio de Ribeirão Preto (Abagrp), Monika Bergamaschi. "O GTE possui um raro grupo de pesquisadores da mais alta capacidade, analistas e colaboradores que alavancam sua capacidade de atuação. Por sua relevância e importância, a Abag deseja que ela continue oferecendo à sociedade respostas e soluções para os desafios do agronegócio brasileiro."
O diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, que foi surpreendido pela notícia do desmanche do GTE quando já discutia a contratação de um serviço para o mapeamento das áreas com risco de inundações em todo o País, elogiou a posição do ministro. "Já havia utilizado os serviços do núcleo quando atuava na prefeitura de Campinas, por isso fiquei surpreso."
Ele contou que, ao assumir a agência, percebeu a necessidade de produzir um atlas da vulnerabilidade para inundações em grandes extensões, a fim de planejar ações preventivas. "Estávamos numa conversa inicial e fico feliz se ainda pudermos contar esse serviço da Embrapa", afirmou.