Setor florestal se une a ONGs ambientalistas para propor mudanças no Código Florestal Brasileiro

Publicado em 25/03/2011 08:50
Produtores de eucalipto temem fim da cultura se legislação não mudar.
As discussões sobre o Código Florestal mobilizam mais um setor do agronegócio. Nesta quinta, dia 24, 64 entidades ligadas ao setor florestal se uniram com ONGs ambientalistas para propor mudanças no projeto. A legislação envolve questões polêmicas, como a ilegalidade no plantio em topo de morros. No interior de São Paulo, dezenas de produtores rurais vivem da cultura de eucaliptos nessas áreas e temem a paralisação da atividade.

As entidades criaram um documento com 16 propostas para itens polêmicos do atual Código Florestal. O grupo se posicionou em relação a pontos polêmicos propostos pelo relatório do deputado Aldo Rebelo. Os representantes defendem a manutenção das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal definidas pela legislação atual. Mais do que isso, querem a inclusão das Áreas de Preservação Permanente nas Áreas de Reserva Legal.

O documento também deixou clara a posição contrária ao conceito de área rural consolidada, sugerindo que o conselho nacional de meio ambiente avalie cada situação. Para a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, a iniciativa é inédita e deve funcionar como uma ferramenta para que produtores e ambientalistas cheguem a um consenso.

– É inédita uma parceria como esta entre empresas e ONGs para chegar ao um consenso sobre o Código – defendeu a presidente executiva da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes.

Além dessas questões, o documento inclui o cultivo em topo de morros, item importante na discussão sobre o assunto. É este ponto que preocupa o português Francisco Cândido da Silva, que chegou ao Brasil na década de 50. Nos anos 1990, ele começou a investir em eucaliptos, na região do Alto Tietê, interior de São Paulo.
Agora, o produtor observa os 80 hectares que tem dedicados ao plantio de eucaplitos, de onde sai 90% de sua renda. Porém, de acordo com o Código Florestal, práticas como esta, de plantio em alto de morros, são consideradas ilegais. A questão agora é o que fazer daqui para frente, quando o atual Código entrar em vigor.

O último investimento que ele fez ultrapassa R$ 160 mil o retorno disso deve vir daqui a três anos, quando for feito um novo corte de eucaliptos. O lucro está estimado em R$ 600 mil, dinheiro que pode nem chegar ao bolso do produtor.

– Isto significa que nós vamos perder a renda da propriedade que adquirimos com sacrifício. Eu tenho uma propriedade e não posso usar para renda. Quem vai arcar com o prejuízo, eu? Não é justo – diz Silva.

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Fonte:
Canal Rural

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