Crédito de longo prazo para investimentos estruturais pode sofrer com com a falta de recursos nos bancos federais

Publicado em 05/04/2011 13:27
Um problema que terá real importância para o crescimento do País, em breve, já provoca divergências entre representantes dos setores público e privado. O crédito de longo prazo para investimentos estruturais pode começar a sofrer no médio prazo com a falta de recursos nos bancos federais, e a falta de atuação das instituições de capital privado. Atualmente, os bancos públicos respondem por 87% deste tipo de financiamento, com 60% ofertado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 15% pela Caixa Econômica Federal e 12% pelo Banco do Brasil, segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.

Para o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, o Brasil precisa elevar a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo dos atuais 18% do PIB para 23% e, para isso, necessita atrair mais capital local a longo prazo, externo e mercado de capitais. "Se o Brasil crescer 1%, nós falamos em R$ 1,2 trilhão em investimentos adicionais. No meu ponto de vista, não me parece que o BNDES consiga sozinho suprir essa demanda".

No entanto, o economista afirma que as condições para atrair o capital privado devem ser diferentes das atuais. "É ilusório achar que sem um cenário favorável na curva de juros com uma inflação baixa, o capital privado vai se arriscar neste segmento".

Outra modalidade de crédito que deve sofrer este mesmo problema, talvez a partir de 2012, é o crédito imobiliário. Para suprir a diferença entre demanda e recursos disponíveis de poupança para financiar imóveis, os fundos imobiliários surgem como uma alternativa. Atualmente, somente a Brasil Finance Real Estate (BFRE) possui R$ 4,9 bilhões em recursos aplicados neste tipo de fundo.

Fonte: DCI

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