FED: Taxa de juro mantida; programa de US$ 600 bi em títulos termina em junho
Em nota, a autoridade monetária avisou que "vai rever regularmente o tamanho e a composição de sua carteira de ativos à luz de novas informações e está preparada para fazer ajustes, se necessário, a fim de promover a estabilidade de preços e o emprego máximo".
Fed indica que programa de US$ 600 bi em títulos termina em junho
O Federal Reserve (Fed) sinalizou que seu programa de compra de títulos do Tesouro de US$ 600 bilhões vai terminar em junho conforme o previsto porque a economia americana está se fortalecendo e as companhias começaram a contratar mais pessoal.
Nesta quarta-feira, ao fim da reunião de dois dias, o Fed não fez alterações no programa de compra de ativos. A decisão foi unânime. A compra de títulos visava reduzir as taxas de empréstimos, incentivar os gastos e elevar os preços das ações. Mas alguns críticos se preocupavam com a possibilidade de as compras alimentarem a inflação.
A autoridade monetária dos EUA minimizou os riscos inflacionários. Reconheceu a ocorrência de um salto nos preços do petróleo, mas concluiu que o avanço na inflação vai ser temporário.
Ao reduzir os estímulos, o Fed está agora mudando seu foco sobre quando e como deve iniciar a elevação da taxa de juro para evitar que a inflação fuja do controle. Alguns economistas acreditam que o banco central dos EUA deve aumentar o juro no fim deste ano ou no início do próximo calendário.
Taxas maiores devem reduzir o financiamento e o gasto e fazer com que as empresas fiquem menos propensas a aumentar preços.
Bovespa segue em baixa e dólar em alta após decisão do Fed
Os mercados brasileiros não apresentam mudança de direção após decisão do Federal Reserve (Fed), banco central americano. A taxa de juros, conforme o previsto, segue entre zero e 0,25% ao ano. E o comunicado indicou que a taxa continuará excecionalmente baixa por um longo período de tempo. O programa de recompra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro segue normalmente até junho.
Por volta das 13h40, o Ibovespa perdia 1,58%, a 66.082 pontos. Pouco antes do anúncio, o índice recuava 1,75%.
Já no câmbio, o dólar comercial apontava alta de 0,31%, a R$ 1,569 na venda. Instantes antes do anúncio a moeda valia R$ 1,571.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para maio se valorizava 0,25, a R$ 1,565.
Os investidores aguardam, agora, a entrevista do presidente do Fed, Ben Bernanke, que fala às 15h15. Essa entrevista marca uma mudança na forma de comunicação do BC americano. Também serão conhecidas projeções de crescimento e inflação, que antes eram divulgadas com as atas do Fed.
No comunicado apresentado junto com a decisão, o colegiado reconhece que a recuperação da economia acontece em ritmo moderado e que as condições gerais do mercado de trabalho estão melhorando de forma gradual.
O Fed reconhece o movimento de alta da inflação nos últimos meses, mas pondera que as expectativas de longo prazo permanecem estáveis e que as medidas subjacentes de inflação continuam controladas.
O comitê também fala da alta das commodities e de como a preocupação com os estoques de petróleo contribuiu na elevação do preço do óleo bruto.
O BC americano repetiu que espera que os efeitos dessa alta de preços seja transitório e que continua olhando atentamente para a evolução da inflação e das expectativas.
Em Wall Street, os índices acionários mostram um repique de alta após a decisão. Há pouco, o Dow Jones subia 0,34%. Enquanto o Nasdaq se valorizava 0,16%.
No câmbio externo, o euro acentuou alta, voltando a valer US$ 1,47, enquanto o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, saiu da linha de estabilidade, para queda de 0,22%, a 73,69 pontos.