Código Florestal: Rossi prevê vitória apesar de 'ameaça de radicais'

Publicado em 02/05/2011 14:05 e atualizado em 02/05/2011 17:43
Sem nominar quem seriam os radicais, ministro sinalizou para a atuação de organizações internacionais que apoiam entidades ambientalistas brasileiras contrárias à aprovação do projeto.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta segunda-feira, 2, que "alguns poucos radicais" ainda ameaçam o consenso do governo para a votação do projeto que altera o Código Florestal Brasileiro, prevista para entre terça-feira, 3, e quarta-feira, 4, mas projetou vitória na aprovação do tema. "Vamos ganhar porque soubemos construir um consenso necessário no governo; alguns poucos radicais queriam mudar o acordo neste fim de semana, mas isso não foi possível", disse o ministro, durante a abertura da Agrishow.

Sem nominar quem seriam os radicais, Rossi sinalizou para a atuação de organizações internacionais que apoiam entidades ambientalistas brasileiras contrárias à aprovação do projeto. "É só ler o que está sendo discutido para saber que o projeto atenderá tanto agricultores como ambientalistas; mas quem critica certamente não sabe ler português", afirmou o ministro.

Rossi fez questão de acabar com qualquer rusga com a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, em relação ao projeto. "Nós formamos um consenso, sob a batuta do ministro (da Casa Civil) Palocci em praticamente tudo o que foi sugerido ao deputado Aldo Rebello (PC do B-SP, relator do projeto) e há uma posição de que qualquer ponto de discordância será apreciado em separado na votação", afirmou.

Durante o discurso na cerimônia de abertura da feira, em Ribeirão Preto, o ministro fez uma defesa aberta pela aprovação do projeto para a agricultura. "O Brasil não pode matar a agricultura, que é a galinha dos ovos de ouro", disse. O ministro declarou ainda que seguirá amanhã para Brasília (DF), logo após abrir a ExpoZebu,em Uberaba (MG), para as últimas negociações sobre o projeto, cuja votação em plenário é esperada para quarta-feira.

Além de Rossi, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), criticou possíveis mudanças feitas de última hora no projeto considerado "consolidado" por ela. "Não podemos permitir que isso ocorra, pois até agora todas as 60 mudanças feitas no Código Florestal foram a partir de uma caneta só, a do presidente", disse. "Pela primeira vez o Congresso, que tem a legitimidade dos eleitores, poderá avaliar essa questão", completou.

Apoio - Até mesmo o ministro da Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, que integra a comitiva de ministros da América do Sul na visita à Agrishow, defendeu a aprovação do projeto. Segundo ele, "os países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) têm um compromisso de produzir e preservar o meio ambiente para agregar valor aos produtos", afirmou. "Prova disso é que nossa região foi a que menos degradou o meio ambiente nos últimos 60 anos", concluiu.

Senado já tem acordo para votar novo Código Florestal, diz Sarney

Uma vez aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei que estabelece novas regras para o Código Florestal não deve causar tanta polêmica entre os senadores. Para o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), os senadores já têm participado das negociações em andamento na Câmara, o que demonstra "um grande esforço" na busca de um consenso entre ruralistas e ambientalistas ainda na tramitação da matéria, na Câmara.

A expectativa de José Sarney é que esse consenso possa ser costurado entre os deputados e o projeto de lei chegue já bem amarrado para votação no Senado.

— Quando o projeto chegar ao Senado, já chega acordado — frisou o senador.

O parlamentar ressaltou que as negociações estão avançadas praticamente sobre todos os pontos polêmicos do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Assim, ele acredita que quando o Senado tiver que deliberar sobre a matéria já não haverá mais o que se debater, a não ser um tema já acordado entre os partidos.
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Fonte:
O Estado de SP + Agência Brasil

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1 comentário

  • José Roberto de Menezes Londrina - PR

    Ministro, suas palavras na abertura da principal feira agrícola brasileira foi um desastre. Quanto à declaração do Ministro da Agricultura da Argentina. Claro, que os países concorrentes são favoráveis a aprovação do Relatório Aldo Rebelo, mas, para o Brasil não para a Argentina. Num país com 60% de ecossistemas naturais preservados, a expropriação de terras produtivas para reserva legal não tem por base os fundamentos ecológicos. Talvez, seja conseqüência de discursos das mesas de Copacabana para criminalizar agricultores. Mas, infelizmente não tenho duvidas com o apoio da bancada ruralista, o Congresso Nacional vai desconsiderar os 500 anos de história sobre o zoneamento agrícola Brasileiro e aprovar o pior código ambiental do planeta terra. Que beleza!

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