Estadão: Rossi critica posição de Marina sobre Código Florestal

Publicado em 05/05/2011 17:47
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, criticou hoje a interferência da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva nas discussões do projeto que altera o Código Florestal brasileiro. "Não é razoável que, separado de todo o trabalho feito, toda a discussão, alguém se arvore como a mãe da natureza, querendo impor situações especiais", disse o ministro, ao ser indagado sobre a posição de Marina. "Ela pode entrar no debate, que é aberto à comunidade, mas ela não pode cobrar; não venham com cobranças indevidas", completou Rossi, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

Rossi garantiu que o projeto relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB), cuja votação seria realizada ontem mas foi adiada por falta de consenso, "irá a voto na próxima terça-feira". Para o ministro, "até lá dá para conseguir o mínimo de consenso". De acordo com ele, dois pontos do projeto de Rebelo, ambos relativos à recomposição de vegetação em pequenas propriedades, ainda impedem um acordo e colocam em lados opostos ambientalistas e ruralistas.

O primeiro ponto, segundo Rossi, é uma proposta exclusiva de Rebelo de liberar micro e pequenas propriedades do ônus da recomposição ambiental. "Chegamos à conclusão de que o governo discutiria que propriedades com limite de até quatro módulos rurais (entre 20 e 400 hectares, dependendo do Estado) pudessem cumprir a reserva legal com o que sobrou da área dele, porque pequeno não tem condições de recompor", disse. No entanto, ambientalistas pressionam o governo e deputados a não aceitarem essa posição, "porque acham que tem princípio único que ninguém está isento de obrigações ambientais", diz o ministro.

Outro ponto de divergência, na avaliação do ministro, é sobre a recomposição das Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens de rios com largura de até 10 metros. A posição do relatório de Rebelo é que as APPs nesses rios, hoje em 30 metros em cada margem, sejam mantidas e que caia pela metade, ou seja, 15 metros, para os agricultores que precisarem recompor essa mata ciliar inexistente. Os ambientalistas também não concordam.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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