FPA diz que são “inaceitáveis” ameaças de Vacarezza de não votar Código

Publicado em 17/05/2011 11:36
O deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária - FPA, refutou hoje a ameaça do líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) de que o governo pode não prorrogar os efeitos do decreto que pune produtores rurais responsáveis por desmatamentos, caso o projeto do novo Código Florestal não seja aprovado até 11 de junho, data em que a lei que regulamenta crimes ambientais volta a vigorar. Em discurso na tribuna da Câmara, o deputado considerou “inaceitável” a ameaça, e disse que ela atinge todos os “produtores rurais que estão verdadeiramente com a faca no pescoço por conta do decreto”.

Moreira lamentou, ainda, a afirmação do líder governista de que não há mais prazo para votar o novo Código Florestal na Câmara, devido à falta de um acordo. “Quero fazer uma pergunta: quem manda nesta Casa: os deputados e deputadas que representam as 27 unidades federativas brasileiras ou o Planalto? Eu lamento profundamente que as coisas tenham chegado a esse nível de deboche e de pouco caso com esta Casa”, criticou.

O deputado reiterou a necessidade de uma definição urgente em torno da matéria e advertiu que, se continuarem as manobras por parte do governo, movimentos de revolta podem começar a surgir no país todo. Ele citou o caso de Uruguaiana (RS), onde produtores vão protestar nessa terça-feira fechando o acesso a uma ponte internacional. “Isso vai pipocar no País todo. Vai acontecer também em Rondônia, onde já há movimentos no sentido de fechar o grande eixo da BR-364”.

Divisão dos custos - Em aparte, o deputado Luis Carlos Heinze (PMDB-RS) afirmou que o Brasil não pode mais aceitar passivamente essa indefinição. “Os 190 milhões de brasileiros têm direito a um meio ambiente saudável. Agora, o custo não pode ser apenas dos pequenos, dos médios e dos grandes produtores rurais”, argumentou, informando que, na região amazônica, 80% das propriedades serão confiscadas por conta de um programa de preservação ambiental, enquanto no Rio Grande do Sul e em São Paulo serão confiscados 20%, além das Áreas de Preservação Permanente (APPs). “Eu gostaria de distribuir esse custo com toda a sociedade”, frisou o parlamentar.

Decreto - Moreira disse estar convicto de que a presidenta Dilma Rousseff não sabe exatamente o que está acontecendo na Câmara, porque “se soubesse, não viraria as costas para essa atividade econômica que hoje representa cerca de 40% do nosso Produto Interno Bruto e responde forte e positivamente pela balança comercial brasileira”, ironizou. Ele ainda questionou a viabilidade de se regulamentar as exceções para uso de áreas de proteção permanente: “Qual decreto a Presidente da República irá baixar para dizer o que acontecerá com esse povo? Ou vamos simplesmente jogar esse povo na lata de lixo para atender a interesses externos, para fazer bonito ao mundo, para dizer que temos uma legislação ambiental protetora do meio ambiente, esquecendo-se do nosso produtor que está aqui, que é a realidade?”, indagou.

O novo código, concluiu, vai consolidar as áreas que estão ocupadas, sem derrubar uma árvore sequer, possibilitando que “o Brasil legal e o Brasil real sejam a mesma coisa”.

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Fonte:
Tudo Rondônia

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4 comentários

  • Giovanni Rezende Colinas do Tocantins - TO

    O Código terá de ser votado na próxima terça, caso contrário, deveríamos fechar as rodovias de todo o país, deixando o trânsito livre apenas para as ambulâncias. Nós que vivemos no campo sabemos que o problema na saúde é grave. Sempre há necessidade de transportar doentes de cidades menores para as maiores. Eles estão promovendo o caos em nossas vidas. Está na hora de demonstrarmos que podemos "retribuir em dobro". A irresponsabilidade dessa turma do executivo do PT, sempre cercada de denuncias de corrupção, suspeitas de uso de informações previlegiadas, etc., não é só irresponsável, é mau caráter mesmo. Vagabundos que vivem nos ameaçando. Está na hora de tomarmos uma atitude positiva e eficaz. Reunamos em nossos sindicatos e associações a partir de quarta feira se não houver votação terça 24/05/2.011, e definamos ações sérias, para o bem de nosso povo e de nossas futuras gerações.

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  • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

    NÃO PODEMOS E NÃO DEVEMOS NOS SUBMETER A PRATICA DITATORIAL DA PTRAHALDA ONGUEIRA QUE QUER NOS COAGIR POR MEIO DO FIM DO DECRETO QUE VENCE EM 11 DE JUNHO, PARA CEDERMOS AOS DEVANEIOS DOS ECO-TERRORISTAS ESQUERDOPATAS.

    VÃO FAZER DE TUDO PARA QUE NOS, RESPEITADORES DAS LEIS E DA CONSTITUIÇÃO, JUSTAMENTE POR ESSE MOTIVO, NOS ENTREGUEMOS AS VONTADES DESSA CORJA QUE TOMOU O PODER E REPRESENTA O CHAVIZMO BOLIVARIANO NO BRASIL!

    DESSA VEZ, PELA DEMOCRACIA E PELO ESTADO DE DIREITO, VAMOS RESISTIR ATE O FIM!

    "A árvore da liberdade deve ser regada de quando em quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É o seu adubo natural." Thomas Jefferson

    QUE SEJA O SANGUE DOS TIRANOS!

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  • Gerd Hans Schurt Cidade Gaúcha - PR

    Produtores Rurais, agora já temos uma , 11 de junho para cruzarmos os braços, vamos parar e fechar as nossas porteiras. Vamos deixar de ser um bando de idiotas que insistem em querer produzir alimentos. O nosso Governo está nos ameaçando para que paremos de produzir.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Cada lado deve usar as melhores armas que tem. A melhor deles é não votar enquanto não houver acôrdo para favorecer à eles.... Já conseguiram e vão conseguir mais com este Grito da Terra, ceder a consolidação para os "agricultores familiares" e não por Módulo Rural. E nós, qual arma utilizartemos? A melhor que temos é reduzir a produção pelo menos em 10% e aterrorizar o Governo com ameaça de inflação. Para tanto deveríamos estar paralizados com o troca-troca de insumos por soja... que segue de vento em popa. Deste jeito será 10 X 0 para eles, fácil, fácil.

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