Céu Azul arremata a Sertanejo Alimentos por R$ 61,5 milhões

Publicado em 24/05/2011 14:52
A Céu Azul Alimentos arrematou ontem, por R$ 61,5 milhões, os ativos da Sertanejo Alimentos S.A. - o Frango Sertanejo -, braço produtor e processador de aves do Grupo Arantes. A finalização da compra, no entanto, está condicionada ao fim de uma ação judicial entre o empresário Danilo Arantes e seu irmão, Aderbal Arantes, sócios do Arantes, bem como à liberação de dívidas fiscais do Frango Sertanejo com a União.

Na sexta-feira, o desembargador Elliot Akel, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), determinou que quaisquer efeitos do leilão do Frango Sertanejo fossem sustados até o julgamento final do agravo de instrumento feito pelos advogados do empresário Danilo Arantes. A companhia está em recuperação judicial e o leilão pagará credores.

A Céu Azul Alimentos arrenda os ativos do Frango Sertanejo desde janeiro e foi a única companhia a participar do leilão, na manhã de ontem, em São José do Rio Preto (SP). O valor pago de R$ 61,5 milhões fica bem abaixo dos R$ 74 milhões avaliados pela empresa e equivale a menos de um terço dos mais de R$ 200 milhões pagos pelo Grupo Arantes, em 2008, pela aquisição do Frango Sertanejo.

Do total pago, caso a Justiça autorize o arremate do Frango Sertanejo, R$ 9,5 milhões irão para o escritório de advocacia do Grupo Arantes, o Felsberg e Associados e R$ 500 mil para remunerar o administrador judicial, Luiz Augusto Winther Rebello. Os R$ 51,5 milhões restantes irão para o Banco Santander, credor da companhia. "Tudo depende, no entanto, da definição da Justiça, ou seja, ainda não temos prazo", disse Rebello.

Ainda segundo o administrador judicial, não há data prevista para novos leilões de ativos do Grupo Arantes. Além da disputa no TJ-SP, Danilo e Aderbal travam uma batalha na Justiça de São José do Rio Preto. Por ter sido afastado da gestão das empresas e pelo fato de Aderbal ser nomeado gestor por credores do Arantes, Danilo recorreu ao juiz Paulo Roberto Zaidan Maluf, da 8ª Vara Cível, que cuida do processo de recuperação judicial. O empresário tenta vetar a venda de ativos do Arantes.

Paralelamente, a Procuradoria Federal da Fazenda em São José do Rio Preto aponta a existência de dívidas fiscais superiores a R$ 120 milhões da companhia e também questiona leilões durante o processo de recuperação judicial. Além disso, vários credores pediram a falência da empresa à Justiça.

A última versão do plano de recuperação judicial do Grupo Arantes foi aprovada em janeiro e reduziu em até 90% a dívida da companhia com credores, de R$ 1,1 bilhão para entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões. O plano prevê leilões de venda de unidades do Grupo em Belo Horizonte (MG), Unaí (MG), Cachoeira Alta (GO) e Canarana (MT).

Fonte: DCI

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