Em meio a crise política, Chávez pede 'força' a Palocci

Publicado em 06/06/2011 15:51
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prestou solidariedade nesta segunda-feira ao ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que enfrenta a primeira crise política do governo Dilma Rousseff, por ter multiplicado por 20 seu patrimônio nos últimos anos e não ter apresentado justificativas para a arrecadação de sua empresa de consultoria, a Projeto.

"Força, força", disse Chávez ao cumprimentar Palocci no Palácio do Planalto, em Brasília. Dilma estava ao lado do mandatário venezuelano e não comentou a fala.

Ao chegar ao Planalto para uma visita de trabalho ao Brasil, ele brincou com a familiaridade que já tinha com alguns ministros brasileiros. Boa parte dos integrantes do primeiro escalão do governo dilmista também integrava a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo o próprio Palocci.

Na última semana, a situação política de Antonio Palocci havia sido classificada como "delicada" pelo ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O patrimônio do chefe da Casa Civil cresceu 20 vezes desde 2006, depois que ele fundou a consultoria Projeto.

O ministro já apresentou explicações à Procuradoria-Geral da República. O chefe do Ministério Público, Roberto Gurgel, não tem prazo para se pronunciar sobre o caso e pode arquivar o processo ou pedir, em caso de suspeitas de irregularidades, que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a realização de diligências e, eventualmente, abra um inquérito contra Antonio Palocci.

No fim de semana, a revista Veja informou em reportagem que o ministro da Casa Civil aluga um apartamento em São Paulo que está registrado em nome de uma empresa cujo principal sócio seria um "laranja".

Chávez defende parceria e diz que Dilma "roubou seu coração"

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu nesta segunda-feira o fortalecimento das relações comerciais e estratégicas entre os governos venezuelano e brasileiro e, ao elogiar a "grande amiga" Dilma Rousseff, com quem mantém reuniões bilaterais em Brasília, disse que a mandatária brasileira "roubou seu coração" e representa hoje a nova influência política que tem o Brasil e a América Latina no cenário mundial.

"A primeira vez que fui falar com a Dilma ela roubou meu coração. Sempre disse: foi em Caracas. Era ministra a nossa presidente Dilma, ministra de Energia. Confesso minha ignorância, não a conhecia, apesar de sua trajetória. Desde então, não vou dizer que tive uma premonição, mas desde então vi ali uma figura para esta nova hora da nossa América", afirmou Chávez. Ele destacou que parcerias iniciadas nos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva eram sinal de que "começávamos a romper muros de séculos".

Chávez relembrou fatos recentes que, segundo ele, evidenciam as mudanças políticas vividas pelos latino-americanos, como a eleição no Peru do nacionalista Ollanta Humala. "Já foi confirmado o triunfo no Peru. Isso é parte dessa dinâmica desse mundo. Como diz Rafael Correa (presidente do Equador), 'não é época de mudanças, é uma mudança de época'."

Ao chegar ao Palácio do Planalto, o líder venezuelano prestou solidariedade ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, alvo de denúncias de enriquecimento ilícito. Chávez relembrou, em tom de elogio, que parte da equipe de Dilma, incluindo o próprio Palocci, também integrou o governo Lula.

A presidente, que não fez referência ao gesto de solidariedade de Chávez, defendeu, após a assinatura de atos, a manutenção de parcerias entre Brasil e Venezuela e a melhoria das condições sociais de nações da América do Sul. "Durante séculos nosso olhar esteve voltado para centros distantes da nossa realidade. Portos e cidades litorâneas cresceram enquanto o interior da América do Sul permaneceu adormecido", disse ela. Dilma afirmou ainda ser favorável à consolidação da Venezuela como membro do Mercosul e à participação do Brasil como parceiro em projetos de construção de casas populares.

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Fonte:
Terra

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