IPCA desacelera em maio e acumula alta de 6,55% em 12 meses, diz IBGE

Publicado em 07/06/2011 09:58
Apesar de ter recuado em maio, em 12 meses, índice acelerou. Preço de transportes ficou menor e exerceu a maior contribuição no mês.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país usada como base para as metas do governo, ficou em 0,47% em maio, contra 0,77% no mês anterior, e acumula alta de 6,55% em 12 meses, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6). O resultado ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, de 6,5%. O centro da meta é de 4,5%, com dois pontos de tolerância para mais ou para menos. No mês anterior, em 12 meses, a taxa ficara em 6,51%.

"É importante interpretar que, apesar da desaceleração da taxa de abril para maio, na ótica dos 12 meses a inflação cresceu, porque a inflação de maio deste ano foi maior do que a registrada no mesmo mês de 2010", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do instituto.

O grupo de despesas que mais influenciou o comportamento do IPCA no mês foi o de transportes, que passou de uma alta de 1,57% em abril para uma queda de 0,24% em maio, influenciado pela variação dos preços de combustíveis (de 6,53% em abril para -0,35% em maio).  O litro do etanol, por exemplo, que havia subido 11,2% em abril, caiu 11,34% em maio, representanto o principal impacto negativo. O preço da gasolina não chegou a cair, mas subiu menos: de 6,26% em abril para 0,85% em maio.

"O preço do etanol despencou, levando a gasolina junto. Isso se explica pela safra da cana-de-açúcar, que tem clima favorável e está tendo uma boa colheita. Transportes vêm aumentando desde setembro de 2010. Em agosto, ocorreu uma queda de 0,09%. Os combustíveis vêm apresentando aumento desde outubro de 2010. A última queda foi em setembro do ano passado, de 0,05%”, disse Eulina.

Também contribuíram para o resultado de maio do grupo transportes os preços de passagens aéreas, cuja taxa de variação passou de -9,42% em abril para -11,57% em maio, de automóveis novos (de -0,28% em abril para -0,58% em maio) e de automóveis usados (de -0,53% em abril para -1,26% em maio).

Seguindo mesmo comportamento, também apresentaram desaceleração da alta de preços os grupos vestuário (de 1,42% para 1, 19% em maio) e saúde e cuidados pessoais (de 0,98% para 0,73%).

Onde o preço subiu
Dentro dos grupos analisados pelo IBGE, o de alimentos avançou na passagem de abril para maio (de 0,58% para 0,63%). O tomate foi o destaque do grupo, porque seu preço passou de uma queda de 18,69% em abril para uma alta de 9,41% em maio, bem como o leite pasteurizado (de 2,66% para 3,15%).

 “O tomate voltou a pressionar o índice por causa de problemas climáticos. Em São Paulo, choveu granizo, o que prejudicou a safra. As carnes, que tiveram um aumento de 0,27% em maio, após uma queda de 0,20% em abril, também exerce influência sobre o índice, pois tem um peso grande na formação da taxa”, afirmou Eulina.

No entanto, alguns itens tiveram queda de preços, como frango inteiro (de 0,03% para -2,02%),  ovos (de 4,41% para -1,15%) e feijão preto (de 0,31% para -0,83%), por exemplo.

Também apresentaram alta nos preços os grupos habitação (de 0,77% para 0,97%),com destaque para o aumento da taxa de água e esgoto (de 1,00% para 2,32%) e aluguel residencial (de 0,76% para 0,95%).

No grupo despesas pessoais, a alta passou de 0,57% em abril para 0,72% em maio, com influência do aumento nos salários dos empregados domésticos (de 0,54% para 1,14%).

Por região
Na análise por região, a maior índice foi obervado em Belo Horizonte (0,70%) devido aos reajustes na taxa de água e esgoto e nas tarifas da energia elétrica. O menor índice foi o de Brasília (0,02%), onde os combustíveis tiveram queda de 3,35%.

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,57% em maio, contra 0,72% em abril. No ano, o índice acumula alta de 3,48% e, nos últimos 12 meses, de 6,44%. Em maio de 2010, o INPC ficara em 0,43%.

Fonte: G1.com

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