Enfraquecida com queda de Palocci, Dilma repensa agenda política

Publicado em 08/06/2011 08:50
O primeiro dia do resto do governo Dilma Rousseff é esta quarta-feira (8), quando a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sucederá Antonio Palocci como ministra-chefe da Casa Civil. A troca acontece quase um mês depois de uma crise que custou à presidente seu principal assessor e um desgaste com sua base aliada no Congresso. Sem um articulador político no Palácio do Planalto, ela já cogita substituir também o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sergio.

A substituição de Palocci foi definida na segunda-feira (6), depois de dias de encontros de Dilma com postulantes ao cargo, como os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e das Comunicações, Paulo Bernardo – marido de Gleisi. A senadora recebeu da própria presidente, com quem tem relação desde 2002, na equipe de transição dos governos Fernando Henrique Cardoso para Luiz Inácio Lula da Silva, a informação de que poderia suceder Palocci.

A saída do ministro-chefe da Casa Civil, cujo patrimônio se multiplicou entre 2006 e 2010, foi definida com ele próprio, mas Gleisi só foi convidada oficialmente na terça-feira (7), em uma conversa de cerca de uma hora e meia no Palácio do Planalto. Assim que Palocci divulgou uma nota informando seu afastamento, Dilma confirmou a nova posição da senadora. Pediu a ela que priorizasse a gestão, e não articulação política, como fazia o antecessor.

A chegada de Gleisi, uma senadora de primeiro mandato, indicou o possível reforço das atribuições da Secretaria de Relações Institucionais, responsável oficialmente pela coordenação do governo no Congresso. Mas a insatisfação pública de peemdebistas com Luiz Sérgio pode levar a presidente a substitui-lo em breve. No PT, que não defendeu Palocci como o agora ex-ministro esperava, a presidente também tentará reforçar sua presença.

Dilma dará posse a Gleisi às 16h, em uma cerimônia no Palácio do Planalto. A expectativa da presidente é de arrefecer a crise, especialmente na Câmara dos Deputados, onde seis comissões querem convidar Palocci para depor sobre suas rentáveis atividades como consultor. Os oposicionistas também falam em CPI para o caso, apesar de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter arquivado a investigação na segunda-feira.

Oposição e governo divididos
Forçada a trocar seu principal ministro antes do fim do seu primeiro semestre de governo, Dilma ouve críticas e elogios dos adversários. Considerado líder da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que a saída de Palocci traz “obviamente um encerramento” da crise no ponto de vista político. O presidente do partido, deputado Sergio Guerra (PE), no entanto, diz que a presidente “saiu menor do que entrou porque o ministro não explicou nada”.

Entre os governistas, houve elogios à saída de Palocci, mas petistas como o deputado André Vargas (PR) declararam que a decisão do agora ex-ministro demorou. Na semana passada, a própria Gleisi disse a convidados de um jantar em sua casa, incluindo o ex-presidente Lula, que a saída do ministro-chefe da Casa Civil era a melhor solução. Líderes do PMDB, que deram apoio a Palocci até a última hora, se ressentiram por não terem sido consultados.

Trabalho para Luiz Sergio. Ou para o seu sucessor?

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Fonte:
UOL Notícias

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