Investimento direto chinês no Brasil deve chegar a US$ 13 bi em 2011

Publicado em 13/06/2011 16:23
O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, afirmou nesta segunda-feira que a relação econômica entre Brasil e China está entrando em uma fase inédita, na qual o país asiático se mostra disposto a financiar os déficits brasileiros que ele mesmo possa gerar com o desequílibrio provocado pela exportação de produtos manufaturados ao mercado brasileiro e importação de commodities.

Em reunião do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cosec-Fiesp), Barros previu que os chineses desembarquem no Brasil US$ 13 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED), após terem investido US$ 12,6 bilhões no ano passado, segundo ele.

"Isso é algo absolutamente inédito e nós temos que discutir as implicações dessa nova fase. A minha visão é que a indústria brasileira está repensando seu próprio modelo de desenvolvimento e de negócios, e sua estrutura de custos está sendo redesenhada", afirmou.

Segundo Barros, o setor fabril está celebrando parcerias com empresários chineses em vários setores, "não necessariamente, como seria simples de imaginar, para comprar produtos finais, mas pensando na estrutura de custos".

O economista explicou que o redesenho da indústria brasileira é evidenciado não só pela busca de empresários brasileiros por novos componentes importados para seus produtos finais, mas também  pelos investimentos da China no Brasil.

"Há investimentos chineses na área de cosméticos, que não são commodities, para exportar para a China, há investimentos na área da máquinas pesadas, e três projetos na indústria automobilística", comentou.

Na visão do economista-chefe, a parceria entre Brasil e China tende a se aprofundar cada vez mais, à medida em que o país se torna fornecedor de alimentos e de energia aos chineses. 'A diferença é que em relação a outros momentos, os chineses estão agora disposros a financiar o déficit eventualmente gerado por essa relação a princípio desequilibrada de troca de commodities por produtos manufaturados.

De acordo com Barros, o atual momento vivido na relação entre os dois países já reflete nas reclamações do empresariado brasileiro sobre o câmbio valorizado, que, segundo ele, estão menos frequentes. "Sou membro do conselho da Fiesp há 12 anos e participo intensamente desse debate. Afirmo que o tom em relação à questão do câmbio não tem sido o mesmo nesse momento pelo fato justamente da indústria estar alterando sua estrutura de custos e trazendo mais componentes importados".

Sobre o tombo de 2,1% na produção industrial nacional entre março e abril, o economista disse que a lição de que um mês isolado não tem significado "já está mais do que aprendida. A nossa visão é a de que a indústria brasileira vai continuar nessa sua trajetória lenta, porém em um crescimento da ordem de 3,5% [no ano], um pouco abaixo do crescimento do PIB.

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Fonte:
Valor Online

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