Governo e setor produtivo discutem recursos para a próxima safra

Publicado em 22/06/2011 08:08
A Comissão de Agricultura reuniu lideranças do setor agropecuário. Na reunião foi discutido o plano agrícola para a safra 2011/2012.
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados reuniu, em Brasília, as lideranças do setor agropecuário para discutir o plano agrícola para a safra 2011/2012.

Representantes do governo e do setor produtivo discutiram os recursos para a próxima safra. Dos R$ 123 bilhões, cento e sete bilhões de reais são para o plano agrícola e pecuário, destinado à agricultura empresarial. Os R$ 16 bilhões restantes são para plano safra da agricultura familiar.

Mesmo sem ter sido anunciado oficialmente, o plano safra já está sendo aplicado em áreas como assistência técnica e extensão rural. São R$ 189 milhões, como explica Laudemir Muller o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

“Já estamos contratando as entidades e estamos pagando as entidades que nós tínhamos contratado nos anos anteriores”, explica Muller.

Mas a Contag, Confederação dos Trabalhadores da Agricultura, reclamou que o dinheiro é insuficiente. Essa é a mesma queixa do presidente da associação que reúne entidades de extensão rural.

“Em algumas cidades ainda não tem escritório de extensão rural, ainda não tem o serviço oficial. Em algumas que tem, o número de técnicos é insuficiente. Um técnico não pode dar assistência adequada a mais de cem famílias”, diz Júlio Brito, presidente da Asbraer.

A OCB, Organização das Cooperativas do Brasil, e a CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária, também participaram do debate na Câmara e comentaram as medidas para o plano agrícola e pecuário.

A CNA aprovou algumas novidades, como a linha de credito pela qual o produtor de cana terá um milhão de reais por safra durante quatro anos para renovação dos canaviais. A confederação lamentou, no entanto, a redução do preço mínimo do milho e do feijão.

“Isso pode gerar alguns conflitos e alguns prejuízos para a cadeia. Sem dúvida nenhuma, existe a necessidade de estarmos rediscutido isso com o governo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o Ministério da Agricultura para ajustarmos isso no dia a dia”, explica Renato Cochon, coordenador da CNA.

Já a Organização das Cooperativas está preocupada com as mudanças nos programas de investimentos. Além da redução no prazo pagamento, o governo retirou R$ 600 milhões que seriam destinados à capital de giro.

“Vai fazer falta. É um momento em que as cooperativas estão crescendo, estão aumentando a sua participação no mercado e trazendo mais produtores e mais agregação de valor. Essas linhas eram importantes para a gente continuar nesse ritmo”, alerta Márcio Freitas, presidente da OCB.

O plano prevê também mais dinheiro para a pecuária. Os criadores poderão pegar até R$ 750 mil para a aquisição de matrizes. Em Mato Grosso do Sul, a novidade despertou interesse.

Na fazenda, que fica há 40 quilômetros de Campo Grande, o criador Jorge Tupirajá tem 400 fêmeas das raças nelore e canchim. Ele se interessou pela nova linha de investimento para a pecuária.

Com a possibilidade de conseguir um financiamento a juros baixos, o pecuarista pensa em reter mais matrizes do lote de garrotes que nasceu no ano passado para no próximo ano aumentar em até 20% a produção de bezerros.

O pecuarista nunca pegou dinheiro para comprar animais. Ele quer se organizar para fazer tudo direito.

“O custo desse dinheiro não é caro, mas tem que estar muito bem estruturado para poder pegar dinheiro. Porque não hora do pagar se torna outro problema”, explica Tupirajá.

De acordo com o plano o pecuarista poderá pegar até R$ 750 mil a juros controlados de 6,75% ao ano. Ele terá cinco anos para pagar.

A Famasul, federação que representa os produtores de Mato Grosso do Sul, vê pontos positivos na medida.

“Eu acredito que o pecuarista foi talvez nesse momento o maior beneficiado. Nós tivemos um aumento considerável no limite de crédito para a pecuária, para a aquisição de matrizes, de garanhões, principalmente voltado para a melhoria da genética do produtor. Isso foi bastante interessante”, avalia Lucas Galvan, assessor técnico da Famasul.

O Ministério da Agricultura divulgou também o balanço dos investimentos do plano de safra do ano passado. O governo espera que até o final deste mês mais de 95% do total disponibilizado tenha sido utilizado.

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Fonte:
Globo Rural

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