Presidente do BC dos EUA admite que economia cresce mais lentamente que o esperado

Publicado em 22/06/2011 16:01 e atualizado em 22/06/2011 16:31
Fed prevê menos crescimento e mais inflação e desemprego
O presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, admitiu que a economia americana está crescendo em um ritmo mais lento que o esperado.

Porém, ele observou que os fatores que vem contribuindo para este ritmo mais lento de expansão econômica são temporários e afirmou esperar que a taxa de desemprego comece a recuar nos próximos meses.

Quanto à inflação, ele admitiu que alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, e também as dificuldades de abastecimento da cadeia produtiva, especialmente da indústria automobilística por conta do terremoto no Japão, ajudaram a puxar o índice para cima.

Mas ele acredita que a inflação retornará para a casa dos 2% ou abaixo disso a médio prazo, uma vez que os efeitos do terremoto estão se dissipando, assim como os combustíveis estão recuando.

Bernanke volta a defender plano de redução gradual do déficit fiscal

O presidente do Fed, Ben Bernanke, voltou a dizer que um corte drástico no Orçamento do país pode provocar estragos na geração de empregos.

“A forma mais eficiente e efetiva de solucionar nos problemas fiscais, e eu acredito que isso é extremamente importante, é adotar uma perspectiva de longo prazo, e não cortes pesados no curto prazo”, declarou há pouco em entrevista coletiva.

Para ele, um plano factível para reduzir o déficit fiscal no futuro ajudará a evitar alta nos juros e colaborará para o aumento da confiança dos investidores no país.

Bernanke lembrou que a economia já vem sentindo alguns efeitos dos cortes de gastos em estados e municípios, bem como a redução dos estímulos federais.

Fed prevê menos crescimento e mais inflação e desemprego

O Federal Reserve (Fed) revisou para baixo suas projeções de crescimento da economia americana em 2011 e 2012.

Para o ano de 2011, a estimativa do PIB passou do intervalo de 3,1% a 3,3% previsto em abril para uma faixa de 2,7% a 2,9% agora.

Já para 2012, a previsão passou de 3,5% a 4,2% para o intervalo de 3,3% a 3,7%.

O Fed informou ainda que estima que o núcleo da inflação neste ano ficará entre 1,5% e 1,8%, acima da projeção anterior, que previa entre 1,3% e 1,6%.

A inflação ao consumidor chegará a faixa de 2,3% a 2,5%, número que está dentro da previsão feita em abril, que era entre 2,1% e 2,8%.

A previsão de taxa de desemprego para 2011 também foi revista para cima, entre 8,6% e 8,9%, ante projeção anterior de 8,4% a 8,7%.


No Estadão:

Recuperação dos EUA segue em ritmo moderado, diz Bernanke

Para presidente do BC, cortes grandes e imediatos no orçamento do governo americano prejudicariam criação de empregos no país


 O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou durante uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 22, que a economia dos EUA está se recuperando num ritmo mais lento do que o previsto, mas que os fatores responsáveis por essa morosidade provavelmente são temporários.
"O poder de compra dos consumidores em particular foi afetado pelos preços mais altos dos alimentos e da energia e as consequências do trágico terremoto e tsunami no Japão foram associados à problemas nas redes de fornecimento mundiais", disse Bernanke.

Ele acrescentou que, apesar disso, os preços da gasolina estão caindo e os efeitos do desastre japonês estão se dissipando.

Bernanke disse, no entanto, que cortes grandes e imediatos no Orçamento do governo dos EUA provavelmente prejudicariam a criação de empregos no país. "A maneira mais eficiente e efetiva de lidar com nossos problemas fiscais - e eu acredito que isso é extremamente importante - é adotar uma perspectiva de prazo mais longo, e não focalizar os cortes pesadamente no curto prazo", afirmou Bernanke na entrevista coletiva posterior à reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed.

Para Bernanke, um plano com credibilidade para reduzir déficits orçamentários futuros evitaria que os juros subissem e faria crescer a confiança. "Se focalizarmos inteiramente o curto prazo, eu não acho que essa seja a maneira correta de proceder", afirmou o presidente do Fed. Ele também disse que a economia já está vendo "freios fiscais" com os cortes de despesas adotados pelos governos estaduais e municipais e com a retirada dos programas federais de estímulo.

O presidente do Fed afirmou ainda que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) está a pelo menos duas ou três reuniões de adotar qualquer medida relacionada a um aperto monetário. "Dependendo de como a economia evolui, e a inflação e o desemprego, pode levar consideravelmente mais", disse a autoridade, acrescentando que o Fed não quer ficar preso a um cronograma fixo.

Mercado de Treasuries

O presidente do Fed afirmou que o banco central norte-americano não sabe quando deixará de reinvestir no mercado de Treasuries os rendimentos obtidos com os títulos que possui em seu balanço.

Quando questionado sobre o motivo de o Fed não ter divulgado um cronograma para o fim desses reinvestimentos, Bernanke disse: "isso é algo que temos na mesa, algo sobre o qual pensamos", e que a decisão de manter os rendimentos obtidos com títulos no balanço do banco central sinalizaria o primeiro passo de um afastamento das políticas monetárias acomodatícias.

Default da Grécia

Para Bernanke, a exposição direta dos EUA a um possível default da Grécia é "pequena", mas o presidente do BC americano ressalvou que o risco de contágio é significativo, caso a moratória seja declarada.

"Se houvesse um fracasso em resolver aquela situação, ele traria ameaças para o sistema financeiro europeu, o sistema financeiro global e a unidade política europeia. Acho que os europeus entendem a importância incrível de resolver a situação grega", afirmou Bernanke durante a entrevista coletiva posterior à reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed. Ele acrescentou que os reguladores do sistema bancário dos EUA estão monitorando de perto a evolução da situação na Grécia

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Fonte:
Valor Online/Estadão

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