Brics: China busca abordagem agrícola comum

Publicado em 29/06/2011 08:06
A China multiplicou os gestos em direção do Brasil para reafirmar a busca de uma "abordagem comum" agrícola dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e Africa do Sul) nos foros internacionais.

Na semana passada, nas negociações técnicas do G-20 agrícola, em Paris, China e Rússia enfrentaram o Brasil querendo, na prática, que a política brasileira de etanol fosse sujeita à segurança alimentar global. Os chineses reclamaram que a produção de biocombustíveis era uma das causas da alta dos alimentos e afetava sua segurança.

Em Roma, na conferência ministerial da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o ministro chinês da agricultura, Changfu Han, usou um tom bem diferente daquele de seus negociadores em Paris.

Ao se encontrar em Roma com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o chinês destacou o compromisso dos Brics e de estar ao lado do Brasil para formar uma abordagem comum na agricultura. Disse que Pequim vai organizar uma grande conferência agrícola com vários países em novembro, e conta com a participação brasileira.

Ele repetiu a mensagem ao futuro diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva. Prometeu apoio ao brasileiro, mas avisou que o maior compromisso que Pequim pode assumir no combate à fome no mundo é cuidar de mais de 1 bilhão de chineses. "Eu disse que está ótimo, é um 1 bilhão a menos para me preocupar", afirmou Graziano.

As diferenças de visão e interesse na agricultura nos Brics, em todo caso, são evidentes. O Brasil é o grande exportador e quer mercado livre. China, Rússia, Índia freiam a entrada de produtos estrangeiros. Mas uma busca de entendimentos poderá evitar a persistência de barreiras contra produtos brasileiros, mesmo se a abertura for limitada por cotas.

No G-20 agrícola, a Índia chegou a ficar contra o envio pelo grupo de uma recomendação à Organização Mundial do Comércio (OMC), para que os países se comprometam em não mais restringir exportações de alimentos para operações humanitárias, ou seja, para atender aos pobres em situação crítica.

Fonte: Valor Econômico

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