Depois de Grécia e Portugal, Itália é a bola da vez na crise da Europa
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A Europa se meteu em um buraco de dar medo e ameaça por o mundo novamente de joelhos diante de uma crise global na economia. Recentemente na Grécia houve quebra-quebra, muita tensão, o horror em forma de dívida. Tem Portugal, Espanha e Irlanda. Agora a bola da vez é a Itália.
Mudam os países, mas o problema é o mesmo: dívidas para pagar e contas gigantes, quase impagáveis. Nesta terça-feira (12), as bolsas da Ásia e da Europa voltaram a cair. Em média, o recuo foi de 2%.
Depois do dia nervoso de na segunda-feira (11) nas bolsas e de muitos ataques especulativos à Itália, a incerteza continua. Nesta terça-feira (12), o ministro da Economia italiano, Giulio Tremonti, tentará mostrar aos representantes da União Europeia que a Itália pode chegar ao equilíbrio orçamentário antes dos outros países.
O plano econômico italiano, chamado de manobra financeira e de € 51 bilhões, ainda terá de ser aprovado pelo Parlamento. Governo e oposição tentam chegar a um acordo. Na segunda (11), a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, telefonou ao premiê italiano, Silvio Berlusconi, para demonstrar apoio e pedir medidas urgentes e firmes.
Para Angela Merkel, a moeda europeia é estável, apesar da crise de alguns países do bloco. Na segunda-feira, em Bruxelas, na reunião dos ministros de economia europeus, foi aprovado um novo plano para a Grécia, com mais tempo para pagar e com juros mais baixos.
Os ministros estão dispostos a adotar novas medidas para evitar o contágio, reforçando o fundo de salvamento dos países endividados. A diferença entre os títulos de Estado italianos e alemães continua subindo. Segundo a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, a crise italiana foi determinada pelos mercados.
O presidente da República italiano, Giorgio Napolitano, fez um apelo aos políticos pedindo união e seriedade contra a especulação. Embora a situação italiana não seja comparável à grega, os especuladores parecem ter o poder de convencer os investidores do contrário.
Ministros europeus prometem mais medidas sobre Grécia
Os ministros das Finanças da zona do euro deixaram a porta aberta para alguma forma de moratória da Grécia, prometendo empréstimos mais baratos e vencimentos de dívida mais longos.
Pela primeira vez eles não descartaram a possibilidade de um default seletivo da Grécia, para tornar a dívida do país mais sustentável, algo ao qual o Banco Central Europeu (BCE) se opõe.
"Isso não está mais excluído. Obviamente o BCE emitiu um comunicado dizendo que não concorda com essa posição, mas os 17 ministros (da zona do euro) não excluem mais isso, então temos mais opções, mais espaço para trabalhar", disse o ministro das Finanças holandês, Jan Kees de Jager, a jornalistas nesta terça-feira.
Depois de oito horas de conversações na segunda-feira, os ministros prometeram novas medidas "em breve".