FMI diz não estar pronto para discutir novo resgate para Grécia

Publicado em 12/07/2011 09:05
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e seus sócios europeus ainda não estão prontos para discutir os termos de um segundo resgate para a Grécia, disse na terça-feira a diretora-gerente do organismo, Christine Lagarde. Ela pediu que a Grécia trabalhe mais para enfrentar sua crise de dívida. Lagarde disse que a Grécia adotou medidas importantes para reduzir seu deficit, mas que não foram suficientes. "Na minha visão, não estamos na etapa de discutir as condições ou termos, extensão ou volume", disse.

Os ministros das Finanças da Eurozona já não descartam uma suspensão de pagamentos (default) "seletiva" da Grécia, dentro do segundo plano de resgate que a União Europeia (UE) tenta elaborar, afirmou o ministro holandês das Finanças, Jan Kees. Segundo ele, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, "disse isto ontem (segunda-feira)". "O Banco Central Europeu (BCE) mantém sua posição, mas os 17 ministros da Eurozona já não descartam esta opção. Portanto, temos agora mais opções para estudar", completou o ministro holandês.

O custo do seguro da dívida contra um default (não-pagamento) de Espanha, Portugal e Grécia atingiu novas máximas recordes, e os yields dos papéis de 10 anos da Itália, terceira maior economia da zona do euro, dispararam para acima de 6% pela primeira vez desde 1997, bem mais que o patamar no qual os banqueiros dizem que começará haver pesada pressão sobre suas finanças. As ações de bancos europeus recuaram à mínima em dois anos. Se a Itália precisar de um socorro financeiro, o atual mecanismo de resgate da zona do euro não terá recursos suficientes para ajudar.

Autoridades da zona do euro estão esperando que decisões concretas sobre a Grécia possam ser tomadas em outro encontro no final deste mês e que isso reduza a pressão em todas as nações do continente com elevada carga de dívida. Mas, apesar da turbulência do mercado, o ministro de Finanças da Alemanha disse não haver pressa. "Temos tempo com a Grécia. A próxima parcela deve ser liberada em setembro", afirmou Wolfgang Schaeuble à rádio Deutschlandfunk.

Entenda a crise
A dívida pública da Grécia alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O país se encontrou, então, com níveis de divida acima dos necessários para permanecer como membro da zona do euro. O governo tinha duas escolhas: sair do grupo e voltar a adotar moeda local ou apertar os cintos e pleitear um empréstimo internacional. Optou pela segunda.

No segundo semestre de 2010, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) concordaram em ceder um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros, que seria liberado em parcelas, conforme o progresso do enxugamento das contas do país. O primeiro conjunto de cortes foi feito na entrega da primeira parcela. Sem os empréstimos, Atenas entraria em default (não pagamento temporário da dívida). O primeiro-ministro grego, George Papandreou, havia afirmado que, sem a ajuda, os cofres do país ficariam vazios "em questão de dias".

Pressionado, o governo grego aprovou um novo pacote de austeridade em 29 de junho para poder receber mais uma parcela - de 12 bilhões de euros (R$ 27 bilhões). O pacote inclui corte de gastos, de empregos, de salários, aumentos de impostos e vendas de ativos estatais. As medidas de austeridade são altamente impopulares entre os gregos. Sindicatos afirmam que a taxa de desemprego já ultrapassou os 16%. A polícia entrou em confronto com manifestantes em algumas ocasiões nas ruas próximas ao parlamento grego.

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Fonte:
Reuters

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