Tombini: valorização cambial reflete quadro dos EUA mas exige cautela

Publicado em 02/08/2011 14:49
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou há pouco que o movimento de valorização cambial que está em curso é  conjuntural e reflete a crise americana. Mas, alertou , “não podemos ser ingênuos".

"Na esteira da economia  mundial há também pressão de posições alavancadas. Quando essas posições especulativas são excessivas, podem por em risco a economia”, disse.

“Não podemos nos descuidar. Precisamos ficar vigilantes, tomando medidas tempestivamente.”

Tombini lembrou que, durante a crise financeira de 2008, o país viveu forte instabilidade e empresas que haviam se aventurado em derivativos não resistiram. “No âmbito do  BC, aprendemos com a crise de 2008”, acrescentou.

Por isso, Tombini explicou que, em determinados momentos, não se pode analisar apenas posições consolidadas, mas também posições brutas, referindo-se às medidas cambiais anunciadas na semana passada, que vão tributar posições vendidas em derivativos cambiais. “Crises impõem desafios, muitas vezes inesperados. Realocam portólios, mudam tendência. Em 2008, havia quase unanimidade em torno da valorização da moeda. Os fatos impuseram mudança de forma abrupta e algumas empresas não resistiram.”

Tombini disse ainda que o BC tem confiança de que o Brasil vai crescer de forma sustentável, com equilíbrio econômico. “Quero revelar uma característica importante da economia que nos ajudou em 2008 e nos ajudará agora, que é a solidez do sistema financeiro”, argumentou.

Ele disse que o mercado de capitais mostra condição de mobilizar recursos e que o mercado de derivativos também tem sido uma marca importante do conjunto de segmentos que compõem o sistema financeiro. “O mercado de capitais brasileiros é  uma referência mundial”, disse durante evento “Cenário para investimento de médio prazo no Brasil", promovido pelo Valor.

Fonte: Valor Online

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta com dados de inflação no Brasil e nos EUA
Wall Street fecha em alta com avanço de ações de megacapitalização de tecnologia
Dólar fecha em queda de 0,94%, a R$5,1168 na venda; moeda perde 1,58% na semana
Taxas futuras de juros recuam após dados de inflação de Brasil e EUA
Petróleo sobe com tensões no Oriente Médio, problemas econômicos restringem ganhos