No Valor: Agência chinesa rebaixa rating dos Estados Unidos

Publicado em 03/08/2011 08:12 e atualizado em 03/08/2011 09:19
A agência chinesa de classificação de risco Dagong fez hoje o que as agências ocidentais ameaçam fazer: rebaixou o rating de crédito dos Estados Unidos.

Para a agência do maior credor externo dos EUA, o risco de crédito americano merece agora apenas rating "A", na mesma situação da Rússia e África do Sul, e abaixo da capacidade de pagar da China e vários outros países. A nota do Brasil pela Dagong é "A-", colada com a americana.

Fitch, Moody’s e S&P mantêm pelo momento o rating "AAA" para os EUA, de praticamente sem risco para a dívida americana.

A decisão de Dagong ilustra a irritação chinesa com os problemas da dívida dos EUA, mas é improvável que tenha impacto nos mercados.

Em junho de 2010, a agência chinesa fixara o rating dos EUA em "AA", cortou novamente em novembro e, no começo deste mês, o colocou na "lista de observação". Agora, promoveu novo rebaixamento.

Para a Dagong, o acordo no Congresso americano para elevar o teto da dívida federal permite ao governo continuar a pagar os velhos débitos e se endividando de novo, mas não altera a tendência geral de que o débito nacional supera o crescimento da economia e da receita, de forma que a solvência do governo americano tende a declinar ainda mais.

A agência chinesa nota que a briga partidária no Congresso ilustrou que os interesses e a segurança dos credores americanos "não têm a garantia dos sistemas político e econômico".

Insiste que a elevação temporária do limite do governo dos EUA para se endividar evita um calote, mas não melhora a solvência nacional. Estima que, para manter o atual tamanho da dívida, os EUA precisariam cortar o déficit em pelo menos US$ 4 trilhões nos próximos cinco anos, muito mais do que foi acertado.

A Dagong comenta que, no cenário de baixo crescimento econômico, alto déficit e crescente endividamento, será "natural" que os EUA deflagrem um terceiro programa de quantitative easing (QE3), ou seja, uma nova onda de liquidez na economia, jogando a economia mundial numa nova crise. Avalia ainda que o status do dólar será afetado nesse cenário.

China continuará a monitorar situação nos EUA, diz presidente do BC

O presidente do Banco do Povo da China (banco central chinês), Zhou Xiaochuan, saudou os progressos alcançados nesta terça-feira pelos EUA com relação ao problema da dívida do país, mas acrescentou que continuará monitorar a situação com atenção.

Em comunicado divulgado no site do banco, Zhou destacou que espera que o governo e o Congresso americano “adotem medidas políticas responsáveis para lidar com sua questão da dívida à luz dos interesses todo o mundo”, pois isso “ajudaria a assegurar a segurança do investimento em Treasuries e o funcionamento eficaz dos mercados”.

Zhou diz ainda que políticas responsáveis “também ajudarão a manter a confiança dos investidores globais e mais amplamente vão contribuir para um crescimento forte, sustentável e equilibrado da economia mundial, que tem sido promovida pelos líderes do G-20”.

Ele acrescentou que o banco central continuará a buscar a diversificação das reservas internacionais, para fortalecer o gerenciamento de risco e minimizar os efeitos das flutuações dos mercados financeiros globais na economia chinesa. A China adotará “medidas eficazes para manter crescimento relativamente rápido para salvaguardar a estabilidade econômica e financeira”, disse Zhou na nota.

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Fonte:
Valor Online

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