Japão intervém no câmbio e BC afrouxa política

Publicado em 04/08/2011 07:49 e atualizado em 04/08/2011 10:26
O Japão vendeu 1 trilhão de ienes (12,6 bilhões de dólares) e o banco central afrouxou a política monetária, em um movimento para conter a alta da moeda.

A intervenção puxou o iene para além de 79,90 ienes contra o dólar, mínima em três semanas, ante 77,10 antes.

O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse que o Japão consultou outros países, mas interveio por conta própria para conter oscilações cambiais que, segundo ele, são especulativas e desordenadas.

Horas depois, o banco central do país aumentou em 5 trilhões de ienes, para 15 trilhões, a quantia de ativos que pretende comprar sob um programa estabelecido em outubro de 2010 para aumentar a confiança do mercado na economia.

Analistas duvidavam, porém, que as medidas sejam capazes de reduzir a aversão ao dólar e aos investimentos de maior risco se Tóquio continuar agindo sozinho.

Operadores disseram que o Japão vendera mais de um trilhão de ienes até agora nesta quinta-feira, um dia depois que a Suíça surpreendeu os mercados ao cortar a taxa básica de juros para tentar enfraquecer o franco suíço.

Os investidores têm considerado o franco suíço e o iene como refúgios seguros entre as moedas do G10 contra a crise de dívida europeia e a desaceleração econômica nos Estados Unidos.

Analistas disseram que a redução do juro básico na Suíça pode ter incitado o Japão a intervir mesmo com o iene abaixo de 76,25 por dólar, a máxima recorde alcançada pouco após o terremoto de março.

O Banco do Japão deixou a taxa básica de juros estável, entre zero e 0,1 por cento.

Com os juros perto de zero, o BC tem usado o tamanho das compras de ativos como principal ferramenta de política monetária.

No Valor:

Japão intervém no câmbio e decide manter taxa de juro perto de zero

As autoridades monetárias do Japão atuaram no mercado de câmbio nesta quinta-feira a fim de conter a valorização do iene frente ao dólar. A informação foi passada pelo ministro das Finanças do país, Yoshihiko Noda.

A intervenção foi a primeira em quase cinco meses. O governo japonês e o banco central do país venderam ienes e compraram dólares. Segundo a Kyodo News, o dólar oscilou entre 77 yenes e 79,94 ienes ao longo do dia, mudando de mãos mais frequentemente ao redor de 79,47 ienes.

Muitos agentes financeiros esperavam uma atuação do ministério das Finanças e do Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês), mas o momento em que ela ocorreu surpreendeu alguns investidores - o BOJ encurtou sua reunião de política monetária de dois dias para apenas um dia.

No encontro realizado nesta quinta-feira, a autoridade monetária decidiu manter a taxa de juro ao redor de zero a 0,1%. Também acordou aumentar o tamanho total do programa de compra de ativos em cerca de 10 trilhões de ienes, para 50 trilhões de ienes.

Na avaliação do BC japonês, a atividade econômica nacional tem mostrado recuperação firme, com uma suavização dos gargalos do lado do suprimento causados pelo terremoto de 11 de março. A expectativa, segundo a instituição, é de que a economia japonesa volte ao caminho da recuperação moderada, com a produção reconquistando fôlego, apoiada por um aumento nas exportações e na demanda por bens de capital.

"Entretanto, a perspectiva econômica contempla incertezas elevadas e os recentes eventos devem ser monitorados de perto devido aos riscos de baixa. Com relação às demais economias, nos Estados Unidos, a preocupação com a consolidação fiscal não foi dissipada nos mercados financeiros, mesmo depois do acordo para o teto da dívida, e a percepção da perspectiva econômica se tornou mais cautelosa. De maneira geral, os mercados financeiros globais ainda estão pressionados pelo problema da dívida soberana em países europeus periféricos", observou o BOJ.

A autoridade monetária notou que existe a possibilidade de que esses eventos e as flutuações no câmbio e nos mercados financeiros tenham impacto adverso na confiança dos empresários e, consequentemente, na atividade econômica no Japão e que vai levar algum tempo para alcançar a estabilidade de preços.

Vale notar que, ontem, foi o Banco da Suíça que fez intervenção no câmbio, justificando que o franco estava supervalorizado e que as perspectivas econômicas do país se deterioraram.

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Fonte:
Reuters + Valor Online

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