Após rebaixamento dos EUA, G-20 promete manter gestão de reservas

Publicado em 08/08/2011 08:30
Os países do G-20, reunindo as maiores economias desenvolvidas e emergentes, se coordenaram para avisar aos mercados que não vão alterar a gestão de suas reservas internacionais por causa do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência de risco Standard & Poor’s, anunciado na noite de sexta-feira.

O Brasil, quarto maior credor dos EUA, com US$ 211 bilhões até maio, concordou que não há razões para vender títulos do Tesouro americano, apesar da saída americana do clube das nações mais confiáveis para o investidor. “Nenhuma alternativa fornece tal estabilidade e liquidez”, disse um representante da Coreia do Sul, no domingo, em Seul. No total, quase US$ 5 trilhões estão nas mãos de detentores estrangeiros, incluindo bancos centrais.

Os vice-ministros de finanças do G-20 tiveram reunião telefônica no sábado à noite para examinar as consequências da crise da divida na Europa e nos EUA, em meio ao crescente temor de nova recessão.
O G-20 aguarda maior volatilidade e incertezas no mercado nos próximos dias, no rastro da semana infernal que causou perdas de US$ 2,5 trilhões nas bolsas, pelas estimativas de Reuters. O Valor apurou que o representante americano, porém, minimizou o impacto da degradação, estimando que a medida já tinha sido antecipada pelo mercado e as reações não vão durar muito.

No G-20, estão os principais credores externos americanos, a começar pela China, com US$ 1,15 trilhão em títulos americanos, seguida pelo Japão, com US$ 812,4 bilhões.

A China não falou quase nada na reunião do G-20. Mas, publicamente, voltou as baterias contra Washington, cobrando mudanças na economia americana. Disse que a redução do rating poderia ser seguida por “mais cortes devastadores de rating de crédito” e turbulência financeira global se os EUA não controlarem suas finanças. Pequim defendeu uma nova divisa de reserva internacional estável, para "prevenir uma catástrofe causada por um único país".

Com as atenções concentradas também na crise da divida soberana na Europa, representantes europeus prometeram no G-20 que pretendem implementar rapidamente o acordo dos países da zona do euro para reforçar o mecanismo de resgate europeu em até 440 bilhões de euros em créditos a países que estejam sofrendo problemas de liquidez. Mas as férias de verão e as incertezas sobre o voto dos Parlamentos alimentam a desconfiança de investidores.

No centro da crise, a Itália e a Espanha deram explicações. Os italianos detalharam a aceleração de um plano de austeridade com um ano de avanço sobre o calendário inicial, para alcançar o equilibrio orçamentário na Itália em 2013 e reduzir a pressão sobre a  divida, que é de US$ 1,8 trilhão, equivalente a 120% do PIB. O Parlamento italiano será convocado para aprovar as medidas, que incluem abrir o setor de serviços e o corte de subsídios para partidos políticos.

A Espanha também acenou ao grupo com medidas adicionais de austeridade, com as autoridades insistindo que a crise é global e não apenas da periferia europeia.

No G-20, alguns países insistiram que os EUA e a Europa precisam tomar medidas adicionais para evitar o prolongamento do pânico nos mercados e evitar que a crise atual se transforme em nova recessão mundial.

Os anúncios de rebaixamento devem continuar nesta segunda-feira. A S&P já havia avisado de que reduziria a nota de agências garantidas pelo governo federal, como Fannie Mae, Freddie Mac, Federal Home Loan Bank e Federal Farm Credit System Banks para corresponder à nota da divida governamental.

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Fonte:
Valor Online

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