Bovespa segue mercados no exterior e tem forte queda

Publicado em 08/08/2011 11:21
Mercados se preparam para fortes quedas ao longo do dia;

As bolsas sofrem fortes perdas em novo dia de tensão nos mercados. A decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) de rebaixar a nota de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+", com perspectiva negativa, estimulou a continuação da saída de ativos de maior risco.

O medo de nova recessão, diante da economia americana ainda fragilizada e da Europa envolta em uma crise de endividamento, permanece em pauta.

No Brasil, a bolsa mostra queda mais expressiva que a dos mercados internacionais. Por volta das 11h, o Ibovespa cedia 3,97%, aos 50.845 pontos, e girava R$ 1,23 bilhão. Na mínima do dia, o índice chegou a perder 5% e marcar 50.312 pontos.

Na BM&F, o índice futuro com vencimento em agosto apresentava baixa de 4,13%, com o registro de 50.890 pontos.

Na sexta-feira, o Ibovespa teve valorização de 0,26%, aos 52.949 pontos.

Análise técnica da Itaú Corretora assinala que o índice continua firme na tendência de baixa, atingindo o forte suporte e região de objetivo em 51.150 pontos.

“Abaixo deste, o mercado ganhará novo espaço para queda, com próximos suportes em 50.000 e 48.200 pontos, já de olho no próximo objetivo na casa de 46.000 pontos”, ressalta, em relatório, Marcello Rossi.

Na direção contrária, a instituição observa que o Ibovespa apenas terá chance de repique ao passar da resistência intradiária em 54.100 pontos, o que abre caminho para seguir em direção às resistências em 56.250, 58.500 (forte) e 59.550 pontos (fortíssima). “Somente acima desta última que as condições do mercado deverão melhorar no curto prazo.”

Nos Estados Unidos, as bolsas também abriram a jornada no “vermelho”. Há instantes, o índice Dow Jones cedia 1,83%, o S&P 500 recuava 2% e o Nasdaq registrava baixa de 2,24%.

Na Europa, em Londres, o FTSE 100 ainda cedia 1,82%, o CAC 40, de Paris, declinava 1,87% e, em Frankfurt, o DAX caía 2,07%.

A tentativa do Banco Central Europeu (BCE) de acalmar os mercados ainda não se mostrou efetiva. A instituição já deu início à compra de bônus dos governos italiano e espanhol para conter o contágio da crise.

Empresas
No campo corporativo brasileiro, apenas uma ação consegue resistir à queda do dia: Usiminas ON (2,02%, a R$ 22,70).

Já as maiores baixas partiam, minutos atrás, de Embraer ON (-7,07%, a R$ 9,06), TAM PN (-7,10%, a R$ 24,70) e Marfrig ON (-8,33%, a R$ 11,00).

Dentre as chamadas “blue chips”, Vale PNA perdia 4,15%, a R$ 38,56, Petrobras PN caía 3,81%, a R$ 19,41, e OGX Petróleo ON recuava 5,90%, a R$ 10,35.

Fora do Ibovespa, dentre as ações de empresas que reportaram balanços trimestrais, os papéis PN do Banco ABC Brasil cediam 1,31%, a R$ 9,00, e as ações ON da Metalfrio caíam 5,96%, a R$ 9,30.


No Estadão:

Bovespa segue mercados no exterior e tem forte queda

Mercados se preparam para fortes quedas ao longo do dia


Seguindo o movimento dos mercados internacionais, que vivem um dia de baixa, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu o pregão da manhã desta segunda-feira em queda. Na abertura, o Ibovespa recuava 0,18%, a 52.855 pontos.Com dez minutos de pregão, a queda já era de 3,31%, a 51.198 pontos. 

Novos cortes não estão descartados, segundo a S&P. Outra agência que está analisando o risco de crédito dos EUA é a Fitch. Hoje, ela anunciou que terminará a revisão da nota ainda em agosto.

O pessimismo toma conta dos mercados, após a Standard & Poor's ter anunciado na sexta-feira o rebaixamento das notas de crédito de longo prazo dos EUA. A agência atribuiu sua decisão às medidas fiscais acordadas entre o Congresso e a Casa Branca para garantir a estabilização da dívida em médio prazo. Para a S&P, elas são insuficientes para garantir a estabilidade fiscal do país e sua capacidade de pagar as dívidas. O governo dos EUA acumula US$ 14,3 trilhões em dívidas, o equivalente a mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com o aumento da aversão a risco, os investidores correram para comprar dólar. A moeda americana abriu o dia em alta de 0,44%, a R$ 1,593.

O dia deve ser de volatilidade, a exemplo dos pregões da semana passada. A Bolsa encerrou a semana passada em queda de 9,99%, na pior semana desde novembro de 2008.

Ambiente ruim

O Banco Central Europeu (BCE) tentou esfriar a temperatura na abertura dos negócios nesta segunda-feira, comprando papéis da Itália e da Espanha, mas a Alemanha fez questão de manter viva a tensão, ao declarar que a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) não será ampliada - apesar dos sinais de que a terceira e a quarta maiores economias da zona do euro possam precisar de suporte financeiro. A declaração conturbou os mercados e diminuiu o efeito positivo da compra de títulos dos governos da Espanha e da Itália pelo BCE, embora seja também verdade que tais compras apenas evitaram o pior.

As bolsas na Europa reagiram em queda. Frankfurt cai 3,5%; Londres, baixa de 2,44% e Paris cede 3%. Em Milão, a queda é de 1,23%; Madri cai 0,82% e Lisboa, 2,22%. Acompanhe aqui o comportamento das bolsas.

O debate de elevação da capacidade de empréstimo da EFSF existe e está endossado inclusive pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que disse na semana passada ser favorável a um aumento. Ao mesmo tempo, pairam dúvidas sobre a capacidade de contribuição de alguns países europeus com dificuldades domésticas. Portanto, a sinalização da chancelaria alemã, depois de tantos acertos no final de semana para evitar uma segunda-feira de pânico, com reuniões de todos os "Gs", acentuou o nervosismo. O euro, por exemplo, ampliou suas perdas, e os títulos do Tesouro da Alemanha, um dos portos seguros dos investidores, saíram das mínimas. O fato é que o ambiente é ruim. As bolsas das maiores economias europeias caem.

Nesse cenário, a procura por ativos seguros como o ouro, os Treasuries, os bunds - títulos do governo da Alemanha, cresceu significativamente. Hoje, o ouro bateu recorde acima de US$ 1.700,00 nesta manhã, representando uma alta de quase 5% no mês de agosto e de mais de 10% em um mês. Os Treasuries, papéis do governo dos EUA, seguem demandados, apesar do corte no rating dos EUA. Na semana passada, especialistas diziam que o mercado de Treasuries é grande demais para que haja uma fuga desses papéis, acrescentando que vendas sempre encontrarão compras a um determinado preço. O juro do note de dois anos opera em nível recorde de baixa, enquanto a taxa do note de 10 anos está nas mínimas para esse ano. Às 9h25 (de Brasília), o juro do note de dois anos caía para 2,599% e o juro do note de 10 anos cedia para 2,498%.

Além da trivial crise, que deve produzir inúmeras reuniões e declarações de autoridades, o calendário da semana promete. Grande foco deve ficar na reunião do Fed amanhã, que pode, a exemplo do BCE - que alterou a direção de sua política ao dar mais liquidez ao mercado - também anunciar uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo. Entre indicadores da direção da economia, nos EUA serão divulgados os números da produtividade da mão de obra e sobre o sentimento do consumidor. Na Europa, a semana está repleta de dados sobre inflação, produção, balança comercial e o PIB da França, a segunda maior economia da Europa na sexta-feira.

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Fonte:
Valor Online/Estadão

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