Mercado europeu tomba 3,8% por temor sobre bancos franceses

Publicado em 10/08/2011 15:15 e atualizado em 10/08/2011 19:45
O principal índice das ações europeias terminou em acentuada queda nesta quarta-feira, puxado por um forte movimento de vendas no setor bancário. Os papel do francês Société Générale, por exemplo, chegou a desabar 21 por cento na mínima do dia, em meio a rumores sobre o banco.

O FTSEurofirst 300, que mede o desempenho dos mais importantes papéis do continente, caiu 3,96 por cento, aos 910 pontos. Já o índice francês CAC 40 desabou 5,45 por cento.

Um porta-voz do Société Générale negou categoricamente todos os rumores relacionados à solidez financeira do banco, mas as ações da instituição ainda assim fecharam em queda de 14,7 por cento, após tocarem a mínima em dois anos e meio e registrarem a maior queda percentual diária em duas décadas.

Credit Agricole desabou 11,8 por cento, enquanto o índice europeu para bancos recuou 6,7 por cento.

"Estamos ficando sem países 'AAA'. Se a França tiver um downgrade, isso levantaria questões sobre outros países também. Fundamentalmente, as finanças públicas não estão muito sólidas", disse o economista-chefe da Generali Investments, Klaus Wiener, que gerencia 330 bilhões de euros (469 bilhões de dólares) em ativos.

"É muito ruim ver tudo isso no momento em que temos um ambiente de mercado muito frágil."

Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 5,45 por cento, a 3.002 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em baixa de 3,05 por cento, a 5.007 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX despencou 5,13 por cento, para 5.613 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 6,65 por cento, para 14.676 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 retrocedeu 5,49 por cento, a 7.966 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 encerrou em queda de 1,25 por cento, para 5.919 pontos.


Bolsas americanas apagam os ganhos de terça-feira e fecham em forte queda

Baixas foram puxadas por ações do setor bancário (na Veja.com.br):

Ana Clara Costa e Beatriz Ferrari
Bolsa de Valores de Nova York

Setor bancário liderou perdas nas bolsas americanas (Andrew Burton/Getty Images)

A Bolsa de Nova York caiu nesta quarta-feira pela terceira vez em cinco pregões, apagando sua recuperação da véspera, arrastada pela queda das ações do setor bancário e por temores em relação à economia local. O Dow Jones perdeu 4,68% e o índice Nasdaq, 4,12%. Segundo dados provisórios, o Dow Jones Industrial Average perdeu 525,81 pontos, a 10.713,96 pontos, e o Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, caiu 102,35 pontos, a 2.380,17 pontos.

As ações do setor bancário lideraram as perdas. O Citigroup registrou queda de 10%, ao passo que os papéis do Bank of America caíram 11%, e os do JP Morgan cederam 5,6%.

As bolsas americanas espelharam o comportamento verificado, horas antes, nos mercados da Europa. Por lá, onde as bolsas também registraram quedas acentuadas, as maiores baixas foram verificadas nas ações dos bancos franceses. O Société Générale caiu 15%, o Crédit Agricole perdeu 12% e o BNP Paribas registrou queda de 9,5%. Esta quarta-feira foi marcada fortes rumores de o país poderia perder seu rating AAA. A informação foi desmentida e o presidente francês Nicolas Sarkozy fez uma reunião de emergência para discutir cortes no orçamento, além de aumentos de impostos.

Na Itália, país que também tem preocupado os investidores, o banco Sanpaolo caiu 14% e o Popolare, 9,4%. Em Madri, o Santander fechou com queda de 8,3%.

De acordo com o economista Armando Castelar, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as ações ligadas ao setor bancário europeu registraram quedas expressivas nesta quarta-feira porque as instituições financeiras locais estão muito expostas aos títulos de dívida soberana dos países do continente. "É uma repercussão indireta da crise da dívida", explica.

Já nos EUA, o professor avalia que as quedas do setor também estejam relacionadas, ainda que em menor grau, à crise na Europa. "O dinheiro para esses bancos europeus vem menos dos bancos americanos e mais de fundos mútuos (hedge funds). Esse comportamento dos fundos, que estão reduzindo participação em bancos europeus, acaba criando um movimento de saída dessa indústria nos EUA também", afirma. Castelar também cita a questão da desaceleração que pode atingir a economia americana e, consequentemente, reduzir resultados dos bancos.

No Brasil, os bancos também registraram perdas, embora em menor intensidade. As ações do Santander Brasil recuaram 3,05%, seguido pelas ações preferenciais do Itaú-Unibanco, que cederam 2,29%.

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Fonte:
Reuters/Veja

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