Volatilidade nas bolsas já é tão grande quanto em 11 de setembro

Publicado em 11/08/2011 07:52 e atualizado em 06/03/2020 15:28
A combinação potencialmente explosiva entre o contágio da crise da dívida da zona do euro, a vulnerabilidade do sistema bancário e a paralisia política dos Estados Unidos e da Europa levou a volatilidade do mercado de ações a níveis quase tão ruins quanto dos dias que seguiram o ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA, período de grande incerteza política e econômica.

A constatação é do professor-assistente de economia da Universidade de Stanford, Nicholas Bloom, com base no VIX, índice que mede a volatilidade das opções de ações na bolsa americana e é visto como um termômetro do medo do mercado.

Ontem, o VIX fechou aos 42,99 pontos. Para se ter uma ideia, dia 17 de setembro de 2001, quando as bolsas americanas voltaram a operar após os ataques, o índice bateu 41,76 pontos, um salto de 31% sobre os 31,84 pontos do dia imediatamente anterior aos ataques. O índice, porém, está longe dos 80 pontos vistos no auge da crise financeira de 2008.

O Ibovespa também experimentou bastante volatilidade ontem, quando oscilou  mais de 2.200 pontos entre a mínima e a máxima do dia, e fechando aos 51.395 pontos, valorização de 0,48%.

“Neste momento, ninguém sabe o que vai acontecer daqui para frente”, avalia o professor em artigo. Bloom é autor do estudo “The impact of uncertainty shocks”, em que observa o comportamento do mercado em 16 grandes choques, entre eles os ataques de 11 de setembro, a crise dos mísseis cubanos, as duas guerras do Golfo, o estouro da bolha da internet, a quebra da Enron e a crise financeira de 2008. “A única coisa certa sobre estes (choques) é que eles levam a grandes recessões de curto prazo”, conclui Bloom, que acredita que a crise de dívidas soberanas vai causar um duplo mergulho na crise.

Segundo o professor, os setores da economia mais afetados nesses momentos de incerteza são os de bens duráveis (carros, mobiliário e TVs), cujas indústrias veem quedas enormes de demanda, algumas vezes de até 50%. “Quando estão incertas sobre o futuro, as pessoas esperam e não fazem nada. As empresas não contratam novos funcionários e não investem em novos equipamentos”, diz Bloom. “A economia sofre uma parada.”

Ele prevê uma retração de 1% na economia americana no final de 2011, com uma recuperação no segundo semestre de 2012.

Fonte: Valor Online

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