Produção industrial dos EUA alivia temor de recessão
Outros dados, também divulgados hoje, mostraram que, embora ainda esteja deprimida, a construção residencial não representa um fardo para a economia no início do segundo semestre. O Fedeal Reserve (Fed), banco central americano, informou que a produção industrial subiu 0,9% no mês passado, mais que o dobro da alta de 0,4% registrada em junho. Economistas previam um avanço de 0,5% em julho.
O setor manufatureiro, que tem sido o principal pilar da economia, teve uma produção 0,6% maior no mês, com o segmento de veículos motorizados disparando 5,2%, após queda de 0,9% em junho. Os serviços básicos também impulsionaram a produção industrial, com o calor do verão os americanos aumentaram o uso de ar-condicionado. A utilização da capacidade instalada, que mede o desempenho das empresas em relação ao seu potencial total, subiu para 77,5%, o maior nível desde agosto de 2008.
A economia dos Estados Unidos mal cresceu no primeiro semestre de 2011, pressionada pelos altos preços da gasolina e por interrupções na cadeia de produção após o terremoto de março no Japão. Os dados da indústria sugerem que os problemas decorrentes do desastre japonês estão se dissipando.
Oferta inflada
De acordo com o Departamento de Comércio do país, o início de construção de moradias nos Estados Unidos caiu 1,5%, menos que o previsto, para uma taxa anual com ajuste sazonal de 604 mil unidades. Economistas previam uma queda para 600 mil unidades. A oferta inflada de casas e a fraqueza da economia pressionam o mercado imobiliário americano, cujo colapso foi o principal catalisador da recessão de 2007 a 2009. O elevado índice de execuções de hipotecas também não ajuda, o que deixa as construtoras com pouco incentivo para iniciar novos projetos.
A confiança das empreiteiras ficou estável e em níveis baixos neste mês, segundo pesquisa publicada ontem, mas havia pessimismo sobre a perspectiva de vendas para os próximos seis meses. Porém, com os americanos deixando de buscar a casa própria por causa dos preços em queda e do desemprego de 9,1%, a demanda por aluguéis está limitando o declínio da construção de moradias.
O início de construção de casas para mais de uma família subiu 7,8%, para 179 mil unidades, e a construção de projetos com cinco ou mais unidades foi a maior desde janeiro. A construção de casas para uma só família, responsável por uma grande porção do mercado, teve redução de 4,9%, para 425 mil unidades. O total de novos alvarás para construção caiu 3,2%, para 597 mil unidades, no mês passado. Economistas previam uma queda para 605 mil unidades.