Cosan segue Unica e reduz projeções de vendas e moagem da Raízen

Publicado em 16/08/2011 15:10
A Cosan reduziu suas projeções para a cana-de-açúcar a ser processada pela Raízen, joint-venture que fez com a Shell há um ano, diante da queda de oferta de cana-de-açúcar no país, informou o diretor financeiro e de relação com os investidores da empresa, Marcelo Martins.

Segundo dados apresentados nesta terça-feira em teleconferência para comentar o balanço referente ao primeiro trimestre fiscal do ano safra 2011/2012 , a cana processada deve atingir volume entre 53 milhões de toneladas e 56 milhões de toneladas, contra previsão anterior entre 56 e 60 milhões de toneladas de cana.

"A Unica tem revisado e nós temos observados redução expressiva da moagem, por esta razão fizemos alguns ajustes na projeção do resultado para 2012", disse Martins a analistas durante a teleconferência.

A previsão de oferta de açúcar também diminuiu, de 4,2 milhões a 4,6 milhões de toneladas para um volume de 3,9 milhões a 4,3 milhões de toneladas.

As vendas de etanol foram ligeiramente reduzidas, recuando de 2,1 bilhões a 2,3 bilhões de litros para 2,0 bilhões a 2,3 bilhões de litros. A expectativa com a cogeração de energia também teve queda: de entre 1,4 milhão a 1,6 milhão de megawatts para 1,2 milhão a 1,4 milhão de megawatts.

"Com isso, o Ebitda para a safra 2011/12 cai de 1,9 bilhão de reais a 2,3 bilhões de reais para 1,9 bilhão de reais a 2,1 bilhões de reais", afirmou Martins.

Já a Raízen Combustíveis teve seu volume de vendas mantido em 21 a 23 bilhões de litros, mas a projeção de Ebitda foi elevada por conta de melhores preços, para de 900 a 1,2 bilhão de reais, versus 850 milhões de reais a 1,05 bilhão de reais anteriormente.

Já as projeções consolidadas da Cosan não foram alteradas, disse Martins, com a perspectiva de receita líquida em 25 bilhões a 27,5 bilhões de reais e Ebitda entre 1,8 bilhão a 2,2 bilhões de reais.

INVESTMENT GRADE

Martins disse que tanto a Cosan como a Raízen são empresas de baixo endividamento e que por isso aguarda uma elevação pelas agências de rating para 'investment grade'.

"Já estamos preparados para receber este upgrade", disse, observando que isso poderá ocorrer durante a próxima safra.

O diretor afirmou ainda que a crise não vai reduzir os investimentos da companhia e que mantém "planos agressivos" de expansão. A empresa projeta um capex entre 2 bilhões e 2,3 bilhões de reais para 2012.

"Nós temos um plano divulgado de crescimento bastante agressivo, mas vai depender das condições de mercado...falando hoje de atratividade financeira, começaria fazendo 'brownfields' para expandir as usinas", disse Martins.

"A conta não fecha no 'grennfield', estamos em discussão", disse ao ser perguntado se não planejava abrir novas usinas para aumentar a produção.

Segundo Martins, o finaciamento para novas plantas não é problema, "o problema são os impostos, as taxas de cogeração (de energia)", explicou.

Por volta das 13 horas, as ações da Cosan subiam 1,54 por cento, enquanto a Ibovespa perdia 1 por cento.

Fonte: Reuters

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