Tombini passa "tranquilidade" a parlamentares da base sobre a crise

Publicado em 16/08/2011 17:59
A preocupação com os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira levou um grupo de parlamentares governistas a se reunir, hoje, com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O encontro, pedido e organizado pela liderança do governo no Senado, foi tranquilizador, segundo o líder do PR na Câmara, deputado Linconl Portela (MG).

"Ele foi completamente otimista. Mostrou que o Brasil está muito bem preparado para enfrentar a crise", disse o parlamentar. Conforme Portela, Tombini destacou que esse preparo permitirá ao país continuar crescendo, com geração de emprego e inflação sob controle. O presidente do BC mostrou-se otimista inclusive quanto ao surgimento de condições para que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros "no futuro", contou o deputado. Hoje, a meta de taxa Selic está em 12,5% ao ano.

Auxiliares de Alexandre Tombini informaram que o diagnóstico passado por ele foi praticamente o mesmo apresentado na semana passada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), durante um seminário sobre justiça fiscal. O único dado novo, que só reforçou a avaliação, foi a taxa de expansão da economia alemã, que veio abaixo do esperado. No seminário, o presidente do BC já havia dito que a crise fiscal nos países ricos fará com que o mundo passe um bom tempo com baixo crescimento econômico. O Brasil, no entanto, crescerá a taxas maiores do que a média mundial.

Tombini destacou, na conversa com os parlamentares, que o nível das reservas cambiais oficiais atualmente (US$ 351,78 bilhões em 15 de agosto) é muito superior ao de setembro de 2008, que na época já foi suficiente para injetar liquidez em moeda estrangeira nos bancos do país e manter linhas de financiamento a exportações. Em 15 de setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers quebrou espalhando a crise bancária americana para o resto do mundo, as reservas brasileiras eram de aproximadamente US$ 207,5 bilhões.

O nível dos recolhimentos compulsórios dos bancos ao BC também foi citado como fator que tornou o Brasil mais preparado do que estava em 2008. Essa reserva de liquidez do sistema financeiro nacional pulou de US$ 239 bilhões (agosto de 2008) para R$ 418,5 bilhões (junho 2011), mostrando robusta capacidade de atender a uma eventual e não esperada corrida por saques de depósitos.

A reunião durou 45 minutos. Estavam presentes, além de Portela, os deputados Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara; Ratinho Junior (PR), líder do PSC, Jovair Arantes (GO), líder do PTB; e Eduardo Cunha (RJ), vice-líder do PMDB. Também participou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado.

Fonte: Valor Online

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações da China registram recuperação, Hong Kong tem maior sequência de ganhos desde 2018
Atividade empresarial da zona do euro cresce em abril no ritmo mais rápido em quase um ano, mostra PMI
Expansão da atividade de serviços da China enfraquece em abril, mostra PMI do Caixin
Quase 850 mil pessoas foram afetadas por chuvas no Rio Grande do Sul
STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS