Mendes Ribeiro diz que não assume para fazer "faxina"

Publicado em 18/08/2011 15:14 e atualizado em 18/08/2011 19:34
O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), disse nesta quinta, dia 18, que à frente da pasta irá “conversar muito e ouvir muito”. Ele disse ainda que não assume o ministério para fazer “faxina”, mas sim para tratar de agricultura.

– Faxina? Vou tratar de agricultura. Quem faz a investigação são os órgãos investigativos, tenho que tratar da agricultura do Brasil, tratar de números – disse.
Nas últimas semanas, o Ministério da Agricultura tem sido alvo de uma série de denúncias de irregularidades.

Mendes Ribeiro disse que pretende se reunir ainda nesta quinta com o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi para tratar de assuntos da pasta e elogiou a atuação do colega.

– Ele foi meu colega de bancada, admiro o Wagner Rossi e ele fez um extraordinário trabalho.

O ministro destacou a relação de longa data que tem com a presidente Dilma Rousseff e disse que ela é conhecedora de seu espírito público ao longo desses anos de política. Mendes Ribeiro também agradeceu o apoio de seu partido, o PMDB, que o indicou para o cargo.

A presidente Dilma Rousseff conversou com Mendes Ribeiro por telefone na manhã desta quinta, quando fez o convite. A posse deve ocorrer na próxima segunda, dia 22.

O ministro evitou falar sobre sua sucessão na liderança do governo no Congresso Nacional, que assumiu durante o governo de Dilma Roussef, e disse que a decisão sobre quem assumirá a liderança cabe à presidente.

Mendes Ribeiro assume o cargo no lugar de Wagner Rossi que deixou o ministério nessa quarta. Há dias, Rossi vinha sendo alvo de denúncias publicadas pela imprensa com acusações de irregularidades no ministério.


Na veja.com.br:

Mendes Ribeiro elogia Rossi e promete 'duas mãos no volante'

Anunciado nesta quinta-feira como novo ministro da Agricultura, o peemedebista gaúcho promete cautela na condução da pasta

Gabriel Castro

Mendes Ribeiro Filho, pouco depois de ser anunciado ministro (Sérgio Lima/Folhapress)

Confirmado como sucessor de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura, o deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), elogiou nesta quinta-feira o antecessor, mas prometeu cautela na condução da pasta repleta de irregularidades. "Conheço o Wagner Rossi de longa data. Fui deputado com ele. Ele é preparado e deixou muita coisa caminhando. Tenho a responsabilidade de fazer com que isso continue a caminhar", declarou Mendes Ribeiro.

Leia também: Mendes Ribeiro: "Ser bonzinho é fácil. O difícil é ser justo"

Ao mesmo tempo em que diz que não pode assumir o ministério pensando na crise, o deputado federal tenta passar uma imagem de segurança: "Eu vou dirigir, descendo a serra, na velocidade correta, com as duas mãos no volante e a marcha engatada para que todos fiquem tranquilos de que o caminho será seguro", afirmou.

O novo comandante da pasta, cuja nomeação foi anunciada nesta quinta-feira, disse ainda que vai ter cuidado para evitar a repetição dos problemas que levaram à queda do antecessor. Mas ressalta que o setor não pode desacelerar: "Vou ter toda a cautela do mundo para que o ministério tenha a agilidade que a nossa produção exige", declarou.

O novo ministro diz que vai dar atenção ao pequeno produtor porque se considera um deles. E defende a aprovação rápida do Código Florestal porque, segundo ele, o projeto garante a segurança jurídica para o agricultor.

Nesta quinta-feira, o peemedebista esteve com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Na tarde desta sexta-feira, Mendes Ribeiro Filho se reúne com a presidente Dilma Rousseff.

da coluna de Lauro Jardim (em veja.com.br):

Princípio de rebelião

Antes que a cúpula do PMDB fosse chamada ao Palácio do Jaburu já no final da noite de ontem, um grupo de 34 deputados peemedebistas realizou uma tensa reunião na Câmara.

O descontentamento era geral com o fato de o nome de Mendes Ribeiro ter sido escolhido à revelia da ala ruralista do partido. Nesse princípio de rebelião, o coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moacir Micheletto (PMDB-PR) era o mais indignado.

A ideia de indicar Mendes a Dilma começou a ser discutida quase que simultaneamente ao pedido de demissão de Wagner Rossi. Tão logo chegou ao gabinete, Michel Temer chamou Valdir Raupp e Renan Calheiros para avaliar a situação e analisar o nome de Mendes.

Por Lauro Jardim
O mergulho de Mendes

Aliás, Mendes Ribeiro terá amanhã o primeiro encontro reservado com Dilma Rousseff. Ele diz que vai conversar com Wagner Rossi e com outras lideranças da Agricultura, mas evita comentar ser irá se manter longe dos jatinhos particulares. Diz Mendes:

- Vou viver cada dia com a sua agonia.

Sobre o desafio na Agricultura ou se teme encontrar situações escabrosas na pasta herdada de Rossi, Mendes diz que o comando do ministério “é apenas mais um desafio” na vida dele e que não vai se preocupar com eventuais irregularidades:

- A Controladoria-Geral da União vai investigar e eu vou fazer agricultura. Vou mergulhar no ministério.

Por Lauro Jardim

Nada consta

Antes de levar o nome de Mendes Ribeiro a Dilma Rousseff ontem à noite, a cúpula do PMDB telefonou a Eliseu Padilha (PMDB-RS) para se certificar de que ele não faria oposição ao governo no retorno ao Congresso. Diz um peemedebista:

- Foi uma espécie de nada consta que a gente tinha que entregar a Dilma.

Por Lauro Jardim

Mendes Ribeiro, o ministro que empobreceu

O patrimônio do novo titular da Agricultura encolheu

Acredite, se quiser: recém-indicado para o Ministério da Agricultura, Mendes Ribeiro é um incrível caso de político que empobreceu na política – segundo, claro, as declarações de bens entregues por ele à Justiça Eleitoral.

Na sua última reeleição para a Câmara, Mendes Ribeiro informou ter um patrimônio de 382 800 reais. Em 2006, ele tinha 569 700 reais em bens declarados. Ou seja, teve uma queda de 32% no período. Mesmo em 2002, ele já tinha em bens mais do que tem hoje: 474 500 reais.

Por Lauro Jardim.
Fonte: Agência Brasil/Veja

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