'Faxina' promovida por Dilma já provoca irritação no PT

Publicado em 19/08/2011 09:34 e atualizado em 19/08/2011 10:47
Petistas temem que a onda de demissões provocada pela 'herança maldita' de Lula cole no governo do ex-presidente a imagem de corrupto.
A "faxina" no governo da presidente Dilma Rousseff, que já derrubou quatro ministros em dois meses e doze dias, causa extremo desconforto no PT. Dirigentes do partido, senadores, deputados e até ministros temem que, com a escalada de escândalos revelados nos últimos meses - especialmente nas pastas dos Transportes, do Turismo e da Agricultura -, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acabe carimbado como corrupto. Todos os abatidos na Esplanada foram herdados de Lula.

Em conversas a portas fechadas, petistas criticam o estilo de Dilma, a "descoordenação" na seara política e o que chamam de "jeito duro" da presidente. Uma das frases mais ouvidas nessas rodas é: "Temos de defender o nosso projeto e o Lula." Mesmo os que não pregam abertamente a volta de Lula na eleição de 2014 dizem que Dilma está comprando brigas em todas as frentes - do Congresso ao movimento sindical -, sem perceber que, com sua atitude, alimenta o "insaciável leão" do noticiário e incentiva o tiroteio entre aliados.

Na avaliação de petistas, o poderoso PMDB - que na quarta-feira perdeu o ministro da Agricultura, Wagner Rossi - não é confiável e acabará dando o troco a qualquer momento.

Dilma chamou ministros e dirigentes do PT para uma conversa no domingo à noite, no Alvorada. A presidente pediu o encontro para ouvir a avaliação de auxiliares sobre a crise na base.

Ela contou ali sobre a reunião com Lula na semana anterior, admitiu a necessidade de se reaproximar dos partidos que compõem a coligação e avisou que teria um tête-à-tête no dia seguinte com o vice-presidente Michel Temer e com os líderes do PMDB na Câmara e no Senado. Àquela altura, a situação de Rossi era considerada complicada, mas ainda não havia sido divulgada a notícia do uso do jatinho de uma empresa que tem negócios com o governo pelo então ministro, afilhado de Temer.

Com receio da reação de Dilma - conhecida pelo temperamento explosivo -, alguns ministros pontuaram, com todo o cuidado, os problemas de relacionamento no Congresso após as demissões e citaram o PMDB e o PR. As alianças para as eleições municipais de 2012 também entraram na conversa. Diante de Dilma, no entanto, ninguém rasgou o verbo e muito menos criticou o estilo adotado por ela.



Em crise com base aliada, presidente Dilma estreita relação com oposição

No lançamento do plano Brasil sem Miséria para a região sudeste ontem, dia 18, a presidente Dilma Rousseff estreitou de forma mais evidente a sua aproximação com o PSDB desde sua posse.

O projeto, que unifica ações de transferência de rendas federais e estaduais, foi apresentado ontem no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.

Ao lado de Dilma, o governador do estado, Geraldo Alckmin, participou como anfitrião do eventou, considerado como "um grande pacto republicano capaz de "mudar a realidade do país" ao lado da presidenta.

O governador disse que a parceria com o governo federal era um "marco". A fala foi interpretada como uma demonstração de rompimento com a relação imposta por seu antecessor, José Serra, com o governo federal.

A presidente, por sua vez, chamou os governadores de "queridos", com a participação de Fernando Henrique Cardoso e ressaltou o aspecto "simbólico" do evento. "O pacto republicano e pluripartidário que estamos firmando hoje é capaz de transformar a realidade social que vivemos", disse.

Confira a reportagem na íntegra no Site daFolha.com.


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Fonte:
Veja.com.br

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