Wall Street sobe e ajuda Bovespa; dólar se valoriza globalmente

Publicado em 25/08/2011 09:54
Mais um pregão de forte instabilidade nos mercados locais e externos. No fim da quarta-feira, no entanto, as bolsas registraram ganhos, enquanto o dólar subiu no mundo todo.

Da Europa, vieram novos sinais de menor dinamismo econômico na Alemanha, onde o índice de sentimento de negócios medido pelo Ifo caiu em agosto. Já nos Estados Unidos, as encomendas por bens duráveis subiram 4% no mês passado, acima do previsto. Tirando os bens de transporte da conta (item bastante volátil), o avançou foi de apenas 0,7%, ainda assim melhor do que a queda de 0,5% prevista.

Em Wall Street, o Dow Jones teve uma arrancada no fim do dia e fechou com alta de 1,29%, a 11.320 pontos.  O S&P 500 acompanhou a movimentação subindo 1,31%, a 1.777 pontos. O Nasdaq teve acréscimo de 0,88%, a 2.467 pontos.

No after market, o foco ficou com as ações da Apple, depois que o presidente-executivo da companhia, Steve Jobs, entregou carta renunciando ao cargo. O papel chegou a cair mais de 6%.

Depois de bater recordes por cinco dias seguidos, o ouro negociado em Nova York teve a maior queda percentual diária desde março de 2008 ,ao cair 5,6%, para US$ 1.757,30 a onça. Além do espaço para realização de lucros, os agentes temiam novos aumentos de margens necessárias à negociação do ativo - algo que de fato aconteceu.

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou em alta, operou no campo negativo parte do dia, mas acabou arrastada para o território positivo após a disparada dos índices em Nova York.

A reação de fim de dia por aqui, no entanto, foi tímida. O Ibovespa encerrou com leve alta de 0,02%, aos 53.795 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,58 bilhões. O índice chegou a cair 1,5% durante o dia.

“O mercado está parado a semana inteira, sem ter notícia a que se apegar”, disse o analista de investimentos da SLW Corretora, Pedro Galdi.

O analista explica que o dia de negócios na bolsa brasileira continua fraco e pautado por notícias pontuais que podem influenciar um papel ou outro, mas sem dar um rumo para o pregão como um todo.

Câmbio

Mesmo sem um acentuado movimento de aversão a risco, o dia foi de compra de moeda americana no mundo todo. O dólar ganhou de moedas de países desenvolvidos e, particularmente, das divisas de países emergentes.

O câmbio local não foi exceção. Depois de uma breve tentativa de baixa, o dólar comercial encerrou com valorização de 0,68%, a R$ 1,611 na venda. Além dessa conjuntura, alguns agentes de mercado falaram em remessas de moeda americana.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto subiu 0,53%, para R$ 1,61. O volume negociado no dia somou US$ 118,5 milhões, contra US$ 73,75 milhões na terça-feira.

Também na BM&F, o dólar para setembro operava com alta de 1,03%, a R$ 1,617, antes do ajuste final.

O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu cerca de 0,17%, enquanto o euro perdeu 0,15%, a US$ 1,441.

Entre as moedas emergentes, o rand sul-africano, o peso mexicano e o dólar canadense estão entre as que mais perderam para o dólar, fazendo companhia ao real. Essas moedas também são relacionadas às commodities, cujos preços perderam fôlego na quarta-feira. O barril de petróleo do tipo WTI recuou 0,3%, e o índice CBR caiu 0,84%.

Deixando de lado o intradia, o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, aponta que o câmbio não é o mesmo que víamos 30 dias atrás.

Essa mudança de ambiente decorre tanto das medidas cambiais anunciadas no fim de julho pelo governo como do aumento da incerteza externa.

Apesar dessa nova situação, Knauer acredita que o real ainda conserva características que diminuem a probabilidade de uma desvalorização consistente da moeda. Ou seja, o especialista não vê uma disparada de preço do dólar.

Juros Futuros

Os contratos futuros tiveram mais um pregão pautado pela instabilidade. As taxas começaram o dia em alta, apontaram para baixo durante parte da tarde e encerraram sem rumo definido. Os vencimentos curtos seguiram em baixa, mas os longos recuperaram prêmios de risco.

Segundo o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, o mercado está bastante próximo do “limite” de baixa depois da perda de mais de 1,2 ponto percentual de prêmio observada desde a abertura do mês. Daí a “indefinição”.

Avaliando o comportando dos juros no dia, Rostagno aponta que a alta da abertura esteve alinhada com a divulgação de dados melhores do que o previsto nos EUA. Já a queda se deu por conta dos dados de crédito apresentados pelo Banco Central (BC) que sugerem moderação na concessão de empréstimos.

Fora do dia a dia, Rostagno avalia que a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) corta juro já na reunião de 31 de agosto faz parte da irracionalidade que toma conta de todos os mercados.

“Essa é uma aposta um tanto irracional. Temos inflação ainda elevada e um mercado de trabalho forte, que mostra taxa de desemprego rondando mínimas históricas”, pondera.

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Fonte:
Valor Online

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